Em meio à guerra, Rússia acumula saldo histórico com exportações de petróleo e gás

Rússia gás
REUTERS/ Ali Jarekji/File Photo

As sanções internacionais contra o governo de Vladimir Putin tiveram pouco efeito imediato sobre a balança comercial russa, especialmente no que diz respeito às vendas de petróleo e gás. No 1º trimestre de 2022, a Rússia registrou o maior saldo na arrecadação fiscal com exportações de combustíveis fósseis desde 1994, acumulando mais de US$ 58 bilhões nos primeiros três meses do ano, mais do que o dobro dos US$ 22,5 bi registrados no mesmo período em 2021. Esses recursos são valiosos para a máquina militar do Kremlin: além de garantir dinheiro para manter a guerra contra a Ucrânia, o dinheiro também permite aliviar a pressão das sanções internacionais sobre a economia russa. Bloomberg e Business Insider deram a notícia.

Ao mesmo tempo, a OPEP confirmou nesta 3ª feira (12/4) uma redução em suas projeções sobre o aumento da demanda por petróleo em 2022. De acordo com o cartel de países produtores de petróleo, a demanda deve aumentar em 3,67 milhões de barris por dia neste ano, o que representa uma queda de 480 mil barris diários em comparação com as estimativas anteriores. De novo, a guerra entre Rússia e Ucrânia desponta como o principal fator para a diminuição do apetite global por combustíveis fósseis nos próximos meses. A notícia é da Reuters.

Por falar em OPEP e Rússia, a Reuters também destacou a movimentação da entidade para deixar de usar dados sobre petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA). Puxada pela Arábia Saudita, a decisão reforça o clima de desconfiança entre os principais produtores de petróleo e os principais mercados consumidores do produto no Ocidente, como Estados Unidos e Europa. Para os sauditas, a IEA estaria sob influência política do governo norte-americano e, por isso, estaria mais preocupada em garantir o barateamento dos combustíveis no mercado internacional do que beneficiar os produtores. Lembrando que a OPEP insiste em segurar um aumento da produção de petróleo, contrariando repetidos pedidos da Casa Branca para aumentar a disponibilidade do produto no mercado global.

 

ClimaInfo, 13 de abril de 2022.

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