Além do garimpo de ouro, o de cassiterita também ameaça Povo Yanomami

cassiterita
Polícia Federal/Divulgação

Os milhares de garimpeiros que operam ilegalmente na Terra Indígena Yanomami não se limitam mais ao ouro: a sanha criminosa agora se volta também à cassiterita, mineral importante na cadeia produtiva de diversas indústrias. Em algumas localidades na Amazônia Legal, como Roraima, a exploração da cassiterita rivaliza com a do ouro, impulsionada pela demanda crescente no mercado internacional.

Somente nos primeiros três meses de 2022, a Polícia Federal apreendeu cerca de 110 toneladas de cassiterita de origem ilegal, provavelmente extraída de território indígena; o total parcial deste ano já supera as 80 toneladas apreendidas pela PF durante todo o ano de 2021.

Na Repórter Brasil, Emily Costa e Sam Cowie fizeram um raio-X da exploração de cassiterita na Amazônia brasileira. A demanda crescente pelo mineral na indústria de tecnologia, junto com os efeitos da guerra na Ucrânia, fez com que os preços da cassiterita aumentassem significativamente no mercado internacional. Em março de 2021, o preço de uma tonelada de estanho, metal extraído da cassiterita e amplamente utilizado na produção de ligas como as folhas de flandres, aumentou de US$ 30 mil para mais de US$ 50 mil.

A exploração de cassiterita em Roraima é atraente porque o teor de minério nos aluviões é mais alto do que em outras localidades da Amazônia. Além disso, outros minerais valiosos também podem ser obtidos a partir da extração da cassiterita, inclusive ouro e prata. Por isso, o modus operandi é parecido com o do garimpo, com o uso de balsas, dragas e jatos d’água para revirar as margens e os leitos dos rios. A Folha também publicou essa reportagem.

 

ClimaInfo, 18 de abril de 2022.

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