Crise climática e agricultura industrial, uma combinação fatal para os insetos

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Uma verdadeira catástrofe ecossistêmica se prenuncia para as populações mundiais de insetos, ameaçadas pela intensificação da mudança do clima e pelo avanço da agricultura intensiva em todo o planeta. Um novo estudo estimou que o total de insetos caiu pela metade, com a perda de cerca de 27% das espécies nas últimas décadas. O colapso é ainda mais significativo em áreas agrícolas sob estresse climático, onde a maioria dos habitats naturais dos insetos foi removida: nessas regiões, a diminuição da população de insetos foi de até 63%.

“Muitos insetos parecem ser vulneráveis às pressões humanas, o que é preocupante à medida que as mudanças climáticas pioram e as áreas agrícolas continuam a se expandir”, afirmou Charles Outhwaite, pesquisador do centro de pesquisa em biodiversidade e meio ambiente da University College London (Reino Unido), principal autor do estudo. “Nossas descobertas destacam a urgência de ações para preservar os habitats naturais, retardar a expansão da agricultura de alta intensidade e reduzir as emissões para mitigar as mudanças climáticas”.

A perda das populações de insetos representa uma ameaça não apenas aos ecossistemas naturais, onde desempenham papéis importantes, mas também pode prejudicar a saúde humana e a segurança alimentar, principalmente com a perda dos polarizadores. “Nossas descobertas podem representar apenas a ponta do iceberg, pois há evidências limitadas em algumas áreas, particularmente nos trópicos, onde encontramos reduções bastante altas na biodiversidade de insetos nas áreas mais impactadas”, explicou Outhwaite. 

O estudo foi publicado na revista científica Nature. AFP, BBC, CNN e Scientific American destacaram suas principais conclusões. Já os autores escreveram na Conversation sobre os pontos centrais da pesquisa e os alertas que ela traz para a humanidade.

 

ClimaInfo, 25 de abril de 2022.

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