Mudança do clima intensificou eventos extremos na Europa em 2021, dizem cientistas

Europa crise climática
AP - Salvatore Cavalli

Chuvas torrenciais na Alemanha e na Bélgica, incêndios florestais devastadores na Turquia, Grécia e Itália, calor intenso na França e na Espanha. O ano de 2021 foi repleto de eventos climáticos extremos na Europa, que refletiram um verão com temperaturas recordes e causaram danos humanos, materiais e financeiros históricos para o continente europeu. Agora, uma análise da agência meteorológica europeia Copernicus mostrou o quanto o “ano dos extremos climáticos” esteve diretamente associado às mudanças climáticas globais.

De acordo com os cientistas da Copernicus, as temperaturas do verão passado na Europa ficaram cerca de 1°C acima da média dos 20 anos anteriores. Além disso, 2021 manteve a tendência observada nos últimos anos: pelo 7º ano seguido, os termômetros registraram índices acima da média histórica desde 1950, com o ano passado figurando como o 6º ano mais quente já registrado no continente europeu.

O resultado disso foi sentido com maior intensidade na região mediterrânea, com diversos países quebrando recordes históricos de calor no último verão. Na Itália, por exemplo, dados ainda preliminares indicam que o país bateu o recorde histórico do continente europeu em 2021, com os termômetros marcando 48,8°C. Em partes da Itália, da Grécia e da Turquia, a onda de calor durou de duas a três semanas, com uma intensidade incomum para os padrões climáticos europeus. Outro reflexo foi o avanço dos incêndios florestais nos países do Mediterrâneo, que consumiram mais de 800 mil hectares de vegetação no ano passado.

Globalmente, os dados da Copernicus vão na mesma linha do que foi sinalizado no começo do mês pelo IPCC. De acordo com a agência, os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados, com 2021 sendo beneficiado ligeiramente pelo La Niña, que compensou parte do calor extra na superfície oceânica. O nível global do mar continuou a subir no ano passado: o aumento acumulado desde 1993 é de cerca de nove centímetros. Ao mesmo tempo, o gelo marinho recuou para seu 12º nível mais baixo desde 1979, e o Mar da Groenlândia teve sua menor cobertura de gelo da história documentada.

Associated Press, Bloomberg, Reuters e RFI destacaram a análise da agência climática europeia.

 

ClimaInfo, 25 de abril de 2022.

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