Uma pesquisa internacional mostrou como a degradação do meio ambiente e a intensificação da mudança do clima estão pressionando as espécies de répteis em todo o mundo. Segundo a análise, mais de ⅕ delas estão enfrentando risco de extinção, com impactos ecossistêmicos potenciais desastrosos. Do total de 10.196 espécies de répteis identificadas e conhecidas hoje, 1.829 se encontram sob algum grau de ameaça e outras 1.489 possuem dados incompletos, o que não permite considerá-las livres de risco de extinção.
Liderado pela NatureServe, IUCN e Conservation International, o estudo foi conduzido por 52 pesquisadores que analisaram dados da Avaliação Global de Répteis, coletados ao longo dos últimos 17 anos por mais de 900 cientistas. A análise mostrou que o impacto potencial do desaparecimento dessas espécies é assustador: pragas de insetos que hoje são controladas e combatidas por répteis podem se tornar mais frequentes sem a presença deles. Além disso, os répteis ajudam na dispersão de sementes e na obtenção de substâncias e recursos para tratamento médico e terapêutico.
“Perderíamos um total de 15,6 bilhões de anos de história evolutiva se cada uma dos 1.829 espécies de répteis ameaçados se extinguisse”, comentou Neil Cox, coautor do estudo e pesquisador da IUCN. “Se removermos os répteis, isso pode mudar radicalmente os ecossistemas, com efeitos colaterais infelizes, como o aumento de insetos-praga”.
O estudo foi publicado na revista Nature e teve repercussão na imprensa, com destaques em veículos como Associated Press, BBC, Guardian, NY Times e Reuters.
ClimaInfo, 28 de abril de 2022.
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