Conflitos fundiários afetaram mais de 100 mil famílias em uma década na Amazônia

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Agência Pública

Os últimos anos foram marcados por uma intensificação da violência no campo em todo o Brasil, com um aumento no número de casos de conflito, agressão, ameaça e morte. Poucas regiões do país sentiram essa explosão da violência com tanta intensidade como a Amazônia: o avanço da grilagem e do garimpo atropela Áreas Protegidas e Terras Públicas, ampliando a taxa de desmatamento e espalhando medo em Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais que vivem nessas terras.

Um levantamento da Agência Pública, feito a partir de dados da Comissão Pastoral da Terra sobre conflitos fundiários no Brasil mostrou que, somente na última década, mais de 100 mil famílias foram afetadas pela violência no campo, com quase 2,4 mil vítimas de algum tipo de ameaça, assassinato ou tentativa de assassinato. Ao todo, as agressões resultaram na morte de 312 pessoas. O “Mapa dos Conflitos” sintetiza as áreas da floresta que mais registraram episódios deste tipo entre 2011 e 2020.

No geral, a intensificação de atividades econômicas ilegais na Amazônia, como a invasão e posterior venda de terras protegidas (grilagem), a exploração de ouro e outros minérios, e o avanço da fronteira agropecuária nessas áreas, está intimamente associada ao aumento nas taxas de violência, refletidas no número de pessoas internadas por ferimentos de arma de fogo ou arma branca e de pessoas assassinadas. Isso também se reflete em outros índices, mais difíceis de serem sistematizados, como o da violência sexual e do trabalho análogo à escravidão. De toda maneira, o resultado final é o mesmo: degradação ambiental, desestruturação social e baixos índices de desenvolvimento socioeconômico.

O site Metrópoles repercutiu os principais dados da análise.

 

ClimaInfo, 28 de abril de 2022.

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