Estudo: vida oceânica pode enfrentar extinção massiva com mudança climática

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Arthur Morris/Corbis/Getty Images

Se o clima na Terra continuar mudando com a rapidez e a intensidade observadas nas últimas décadas, a vida marinha pode experimentar sua maior onda de extinção em mais de 250 milhões de anos nos próximos séculos. A chave para evitar esse desastre, tal como outros desastres potenciais associados ao clima, é uma só: precisamos reduzir substancialmente as emissões de gases de efeito estufa e conter o aumento da temperatura média do planeta em, no máximo, 2oC até 2100 em relação aos níveis pré-industriais.

A constatação foi feita por uma equipe de cientistas da Universidade de Princeton (EUA), que publicou um estudo na semana passada na revista Science. De acordo com a pesquisa, o risco de uma extinção massiva nos oceanos pode cair mais de 70% caso o aquecimento global neste século fique abaixo dos 2oC, tal como definido pelo Acordo de Paris.

Para estimar esses números, os autores do estudo desenvolveram um modelo climático que simulou cenários futuros e incorporou as avaliações atuais da vulnerabilidade dos animais marinhos a ameaças relacionadas ao homem, como poluição e pesca predatória. A partir disso, os pesquisadores calcularam os níveis de esgotamento de oxigênio que tornariam o oceano inabitável para diversas espécies. Em um cenário de aquecimento acima de 4,9oC, o mundo poderá testemunhar até 2300 um processo de extinção massivo similar ao que foi experimentado pela Terra no final do Período Permiano, há 250 milhões de anos.

Bloomberg, Deutsche Welle e NY Times repercutiram o estudo.

Em tempo: Outro estudo, do Instituto de Ciências do Mar de Barcelona (Espanha), analisou como o clima em transformação está impactando o ciclo da água. O clima mais quente facilita a evaporação dos mares e oceanos, o que aumenta o volume de água que circula na atmosfera como vapor. Um efeito colateral desse processo é o aumento da intensidade das tempestades, com níveis de precipitação muito acima do normal em um período de tempo muito curto. Isso também se observa em áreas onde as chuvas não são comuns, como as regiões polares. Essas chuvas, por sua vez, aceleram o derretimento das geleiras e das calotas polares. O Correio Braziliense deu mais informações.

 

ClimaInfo, 2 de maio de 2022.

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