Pior seca em 40 anos causa desnutrição e insegurança alimentar na África oriental

3 de maio de 2022
África insegurança alimentar
Tiksa Negeri / Reuters

A chuva virou evento raro no leste do continente africano, especialmente no chamado “Chifre da África”, que abarca países como Somália, Etiópia e Eritréia. Há quatro anos, as temporadas de chuvas registraram médias de precipitação muito abaixo do normal. Agora, adentrando o 5º ano seguido de estiagem, a segurança alimentar de mais de 20 milhões de pessoas está em risco, com a disrupção total das cadeias produtivas e a migração de milhares de pessoas dos campos secos para as cidades.

No Financial Times, Andres Schipani e David Pilling trouxeram histórias dramáticas de pequenos agricultores que resistiram às décadas de instabilidade política e pobreza, mas que estão perdendo as forças em face da ameaça climática cada vez mais forte e inclemente. A falta de água se torna ainda mais grave quando consideramos o aumento da temperatura média nessa região nos últimos anos. O resultado é um misto macabro de fome e sede que não perdoa ninguém, especialmente aqueles mais pobres e vulneráveis, como mulheres, crianças e idosos. A Reuters visitou o principal hospital de Gode, na Etiópia, apinhado de crianças desnutridas sem forças sequer para se levantar.

Mas os efeitos da seca não se limitam à insegurança hídrica e alimentar. Lizzy Davies destacou no Guardian o alerta do UNICEF sobre a explosão de casos de casamento infantil no Chifre da África no último ano. Para muitas famílias, debilitadas pela falta de chuva e de comida, “vender” suas filhas em troca do dote da família do noivo virou uma alternativa para se obter recursos e se “livrar” de uma boca para alimentar e proteger.

Em tempo: A forte onda de calor que assola o sul da Ásia causou a morte de pelo menos 25 pessoas no estado indiano de Maharashtra, noticiou a Reuters. Os óbitos teriam sido causados por derrame associado ao calor, especialmente nas áreas rurais do estado. Já a Associated Press destacou as críticas de especialistas e políticos na Índia com os “apagões” elétricos que ficaram frequentes nos últimos dias. Mais de 70% da matriz elétrica indiana é dependente da geração termelétrica a carvão, o que coloca o país como um dos maiores consumidores desse combustível fóssil do mundo. Com os eventos extremos se tornando cada vez mais frequentes, um dos principais desafios para a Índia será oferecer mais energia limpa para garantir o abastecimento de seus consumidores, especialmente nos períodos mais quentes do ano. Por fim, a Bloomberg abordou a análise de cientistas climáticos sobre as conexões entre a onda de calor e a mudança do clima.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2022.

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