Petrobras: entre o lucro dos acionistas, a carestia dos consumidores e o chilique do presidente

8 de maio de 2022
Petrobrás
Reprodução

Para alegria de seus acionistas, a Petrobras anunciou na semana passada um lucro líquido de mais de R$ 44 bilhões no 1º trimestre de 2022, uma alta de incríveis 3.718% em relação ao mesmo período no ano passado. Impulsionada pelo aumento dos preços internacionais do petróleo, a empresa somou R$ 141,6 bilhões de receita total, valor 64,4% superior ao registrado no 1º trimestre de 2021. Desse total, cerca de R$ 48 bilhões serão destinados como dividendos para seus investidores. Estadão, Folha e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

A direção da estatal, comandada pelo recém-empossado José Mauro Coelho, justificou o desempenho com as mudanças no mercado internacional de petróleo nos primeiros meses de 2022, impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento da demanda pós-pandemia por combustíveis fósseis. Coelho também minimizou os reajustes recentes nos preços domésticos da gasolina e do diesel nas contas da Petrobras, o que não foi suficiente para aplacar a ira do presidente da República.

Em live na última 5ª feira (5/5), o chefe do Executivo chamou o lucro da empresa de “estupro” e, aos berros, apelou para que ela não faça um novo reajuste. Curiosamente, o próprio governo federal, como maior acionista da Petrobras, é quem receberá a maior fatia desses dividendos, com mais de R$ 37 bilhões entrando nos cofres da União para uso livre. Sobre isso, claro, o presidente não quis dedicar um segundo sequer em seu ataque – afinal, fica difícil equilibrar eleitoralmente a gritaria com os lucros da Petrobras e o fato de o governo receber a maior parte dessa bolada. CNN Brasil, Estadão, Folha e Valor destacaram o chilique presidencial.

Entretanto, o comando da Petrobras já sinalizou que não pretende alterar a política de preços da empresa – em particular, o repasse dos aumentos do preço internacional da gasolina e das mudanças do câmbio aos consumidores domésticos. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado. É uma condição necessária para a geração de riqueza não só para a empresa, mas para toda a sociedade brasileira, fundamental para a atração de investimentos do país e para garantir o suprimento dos derivados que o Brasil precisa importar”, afirmou Coelho. CNN Brasil, Estadão, Folha, g1 e O Globo deram mais informações.

 

ClimaInfo, 9 de maio de 2022.

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