Geopolítica energética: G7 se compromete a abandonar petróleo russo

G7 petróleo russo
AP

O grupo das sete maiores economias do mundo (G7) confirmou no último domingo (8/5) que pretende proibir ou eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, em mais um esforço para isolar o governo de Vladimir Putin no contexto da invasão russa à Ucrânia. Em declaração conjunta divulgada pelo governo dos Estados Unidos, os membros do G7 não deram detalhes sobre como essa ação se dará, mas reforçaram que pretendem atuar conjuntamente para “garantir suprimentos globais de energia estáveis e sustentáveis e preços acessíveis aos consumidores, inclusive acelerando a redução de nossa dependência geral de combustíveis fósseis e nossa transição para a energia limpa”.

Nos últimos meses, países como Estados Unidos e Reino Unido anunciaram um bloqueio às importações de combustíveis russos. Essa proposta também tem sido discutida pelos membros da União Europeia, mas a alta dependência de algumas das principais economias do bloco com o petróleo e o gás natural russo segue dificultando uma ação concertada de boicote à indústria fóssil de Moscou. Na semana passada, a Comissão Europeia propôs uma moratória gradual para as compras de petróleo da Rússia para os próximos meses, mas o governo da Hungria já sinalizou que pretende vetar a medida.

A Bloomberg destacou a movimentação diplomática da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para convencer as autoridades húngaras da proposta. No entanto, outros países do Leste Europeu também sinalizam desconforto com um possível boicote ao petróleo russo, como a Bulgária, a Eslováquia e a República Tcheca, como informou a Euronews.

Enquanto isso, as exportações de petróleo russo pelo mar seguem sem maiores restrições. De acordo com a Bloomberg, os embarques de combustível nos portos russos se mantiveram estáveis nas últimas semanas, com o carregamento de quase 25 milhões de barris. Por outro lado, a receita do governo russo com os impostos de exportação caiu, um reflexo das dificuldades para vender o combustível a um preço lucrativo para outros mercados fora da Europa.

AFP, Associated Press, CNN, NY Times e Reuters repercutiram a decisão do G7 sobre as importações de petróleo russo.

 

ClimaInfo, 10 de maio de 2022.

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