Mesmo com escalada do desmatamento, governo quer remuneração internacional por “preservação ambiental”

Paulo Guedes desmatamento
Divulgação

A explosão do desmatamento na Amazônia em abril passado parece não ter aparecido no radar do ministro Paulo Guedes. Em evento realizado em Brasília nesta 2ª feira (9/5), o outrora “Posto Ipiranga” do presidente da República disse que precisávamos “receber pagamento pelos serviços ambientais que prestamos”.

O fato de essa cobrança acontecer no momento em que a floresta amazônica se aproxima de mais um recorde anual histórico de desmate não trouxe qualquer constrangimento ao ministro, pelo contrário. Ele defendeu que o Brasil precisa receber esses recursos por conta de sua relevância ambiental, a despeito do fato de que o próprio governo atua aberta e explicitamente contra a proteção do meio ambiente. Ou seja, o governo segue na base da chantagem internacional para forçar governos estrangeiros a “pagar o resgate” do meio ambiente brasileiro. Folha, Poder360 e Valor repercutiram a fala de Guedes.

Sem a mesma cara-de-pau, o vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu que os dados recentes do desmatamento na Amazônia são “horrorosos” para o Brasil. Questionado sobre a situação, o general-vice sugeriu que a escalada do desmatamento pode estar associada à proximidade do processo eleitoral, momento no qual a expectativa de fiscalização seria menor por parte dos criminosos. “Estamos vendo onde é que estamos errando”, comentou. Uma dica, general: se o problema é saber onde está o erro, basta olhar no espelho. O Palácio do Planalto está repleto deles – erros e espelhos.

Os comentários de Mourão tiveram destaque na CNN Brasil, g1, Poder360, Metrópoles, R7 e UOL, entre outros veículos.

 

ClimaInfo, 10 de maio de 2022.

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