Uma análise da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, na Austrália, mostrou a extensão do evento de branqueamento pelo qual a maior área de recifes de corais do mundo está atravessando. Segundo o relatório, 91% dos corais analisados ao longo dos últimos meses foram afetados pelo processo, reflexo das temperaturas marítimas acima do normal na costa nordeste australiana. As principais áreas afetadas estão entre Cape Tribulation e Whitsundays.
A análise observou 719 recifes de águas rasas entre o Estreito de Torres e o Capricorn Bunker Group, no extremo sul da Grande Barreira. Desse total, 654 mostraram algum sinal de branqueamento. “As pesquisas confirmam um evento de branqueamento em massa, com branqueamento de corais observado em vários recifes em todas as regiões”, disse a entidade em nota. “Este é o 4o evento de branqueamento em massa desde 2016 e o sexto a ocorrer na Grande Barreira de Corais desde 1998”.
Uma peculiaridade do evento atual está nas condições em que ele está acontecendo. Diferentemente de outras ocasiões, quando o fenômeno El Niño era um fator contribuinte, dessa vez o branqueamento massivo aconteceu sob a influência do La Niña, com as águas do Pacífico mais frias. Isso evidencia o impacto cada vez mais forte da mudança do clima, que se reflete em temperaturas mais quentes nos oceanos.
Os cientistas australianos devem conduzir análises adicionais nos próximos meses para verificar quantos corais sobreviveram ao branqueamento. A verificação deve oferecer insumos adicionais para a equipe da UNESCO que analisa a situação da Grande Barreira de Corais. Especialistas defendem que a área entre na lista de Patrimônios Naturais da Humanidades ameaçados, algo que o governo australiano refuta. O documento final da comissão deve ser apresentado no mês que vem, quando a comissão da UNESCO se reunirá para avaliar a questão.
A notícia é da Associated Press e do Guardian.
ClimaInfo, 12 de maio de 2022.
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