Tensão na Europa: Rússia corta fornecimento elétrico para Finlândia por adesão à OTAN

Finlândia OTAN gás russo
Markku Ojala/EPA

A queda-de-braço entre Rússia e os países da OTAN segue causando temores no mercado de energia europeu. A escaramuça mais recente aconteceu neste final de semana, com a interrupção pela Rússia do fornecimento de eletricidade para a Finlândia, depois do país escandinavo anunciar sua pretensão de aderir à aliança militar liderada pelos Estados Unidos e União Europeia. O governo de Vladimir Putin é contrário à ideia, sob a perspectiva de que isso ampliaria o “cerco” da OTAN na fronteira europeia russa. Já os finlandeses justificam a medida pelo temor de que os russos façam o mesmo que fizeram na Ucrânia, ameaçando a segurança nacional do país. BBC, POLITICO, Reuters, RFI e The Hill, entre outros, destacaram a notícia.

Com as tensões geopolíticas, a indústria do petróleo e gás não tem o menor motivo para estar insatisfeita. De acordo com o Guardian, as principais empresas do setor faturaram perto de US$ 100 bilhões no 1º trimestre de 2022. A Shell, por exemplo, teve um lucro bruto de US$ 9,1 bi nos primeiros três meses do ano, quase três vezes o resultado do mesmo período no ano passado; a Exxon também triplicou seus ganhos, faturando US$ 8,8 bilhões. A BP, por sua vez, teve o melhor faturamento em uma década, com US$ 6,2 bilhões entrando em sua conta. O lucro anabolizado, em um momento em que a inflação disparou em vários países, levou várias empresas a devolver bilhões de dólares a seus acionistas em dividendos e recompra de ações.

Já a Bloomberg destacou que esse movimento financeiro acabou tirando força dos investidores-ativistas nas assembleias gerais de acionistas das principais empresas fósseis. Diferentemente do ano passado, quando empresas como Shell e Exxon tiveram que dar o braço a torcer para exigências de ação climática desses investidores, neste ano elas “nadaram de braçada”, atropelando a votação de resoluções climáticas. Com dinheiro no bolso, os demais investidores não se preocuparam tanto com o tema.

 

ClimaInfo, 16 de maio de 2022.

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