A eleição geral na Austrália trouxe boas novas não apenas para quem se preocupa com a crise climática, mas também sobre os caminhos para mobilizar os eleitores em torno dessa agenda na definição de seus votos. Esse aprendizado pode ser útil para nós aqui no Brasil, já que em breve faremos o mesmo e votaremos no próximo Congresso Nacional e (se tudo der certo) no próximo presidente da República.
A Bloomberg destacou dados de uma pesquisa do ano passado que mensurou o impacto de um voto relacionado ao clima com políticas públicas de mitigação da mudança do clima. O resultado foi surpreendente: com base nos resultados das eleições canadenses de 2019, considerando a plataforma política dos dois principais partidos em disputa (conservadores x liberais), os autores identificaram que cada voto a favor de políticos comprometidos com a ação climática teve o potencial de retirar 6,7 toneladas de CO2 equivalente; se considerar o peso dos votos dos candidatos vencedores, a redução de carbono para cada voto chegou a 34,2 toneladas.
O argumento central é de que a redução de emissões ligada ao voto “é maior do que a maioria das decisões individuais de estilo de vida que a pessoa média tem a oportunidade de fazer”. Nesse sentido, considerando o voto como uma manifestação compatível com o estilo de vida de cada eleitor, “então devemos considerar a responsabilidade de votar como merecendo o mesmo nível de consideração moral”. Em outras palavras, mais importante do que trocar seu carro a gasolina por um elétrico é votar em candidatos que defendem ações estruturais contra a mudança do clima. #ficaadica
ClimaInfo, 24 de maio de 2022.
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