G7 promete eliminar queima de carvão para eletricidade… em 15 anos

30 de maio de 2022
G7 acordo carvão
Bernd von Jutrczenka/dpa/dpa via AP

O grupo das sete economias mais ricas do mundo, o G7, divulgou na última 6a feira (27/5) um compromisso para acabar com o uso de carvão para geração de energia elétrica. Muito bonito, muito legal, mas o prazo anunciado pelas potências para isso acontecer é, no mínimo, broxante – 2035. A bem da verdade, a promessa do G7 é de descarbonizar completamente seus setores de energia em 13 anos, o que implicaria o fim do carvão para geração elétrica antes disso. Mesmo assim, não é exatamente um compromisso ambicioso.

Para não ficar tão feio assim, o G7 também anunciou outros compromissos climáticos com o objetivo de demonstrar “liderança” nessa agenda. Dentre as metas anunciadas, está a de ter um setor rodoviário “altamente descarbonizado” até 2030, o que significaria uma reversão do cenário atual das vendas de veículos novos, com os elétricos assumindo o domínio do mercado nesta década. Outra promessa é a de ampliar o financiamento climático para os países em desenvolvimento, mas sem definir metas ou prazos específicos. 

Países como Reino Unido, França e Itália já possuem cronogramas mais evidentes para acabar com a queima de carvão para energia nos próximos anos. A Alemanha e o Canadá, que também fazem parte do G7, se comprometeram a eliminar o carvão até 2030. A pedra no sapato das economias mais ricas é o Japão: altamente dependente do carvão desde o baque causado por Fukushima na geração nuclear, o país tem sido mais cauteloso em suas promessas nesse sentido. Ainda assim, como destacou o Climate Home, o fato do governo japonês ter subscrito a declaração do G7 é uma sinalização importante de que o país está se dobrando à pressão dos aliados.

Ao mesmo tempo, os ministros do G7 pediram aos países da OPEP que aumentem o volume de produção de petróleo para aliviar os preços internacionais e reduzir o impacto econômico das sanções aplicadas à Rússia por conta da guerra na Ucrânia. O texto da declaração reforça também a necessidade dos países da União Europeia se distanciar da indústria energética russa, com medidas de curto prazo para aumentar a oferta de gás natural liquefeito (GNL) para substituir o gás russo. No entanto, como o Financial Times assinalou, dificilmente o cartel petroleiro global irá atender ao pedido do G7.

Associated Press, POLITICO, Reuters e Washington Post, entre outros, também repercutiram os compromissos climáticos do G7.

 

ClimaInfo, 30 de maio de 2022.

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