Estocolmo+50: o que aprendemos, onde erramos e o que precisamos mudar na diplomacia ambiental

2 de junho de 2022
Estocolmo 50+
Pressens Bild/AFP/Getty

Há 50 anos, a ONU realizou a primeira conferência dedicada à discussão de problemas ambientais, abrindo uma das agendas mais importantes da política internacional contemporânea. A Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972 na capital da Suécia, foi o ponto de partida para a construção de regimes internacionais de meio ambiente que hoje formam uma teia de acordos legais nos mais variados temas, desde poluentes orgânicos persistentes e organismos vivos modificados até gases de efeito estufa e proteção da biodiversidade.

Como Mihaela Papa (Tufts University, EUA) observou no site The Conversation, o legado de Estocolmo é significativo. A partir dele, tivemos a criação do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e, depois, de convenções históricas como a de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (e seu Protocolo de Montreal), a de Diversidade Biológica (com os Protocolo de Cartagena e Nagoya) e de Mudança do Clima (com o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris). A temática ambiental, antes fechada em nichos especializados domésticos, ganhou uma dimensão global que ajudou a expandir o debate, impulsionando também a pesquisa científica e os esforços de conscientização pública sobre os problemas do meio ambiente.

Entretanto, a celebração não deixa de ter um gosto amargo. Cinco décadas se passaram e muitos dos problemas ambientais discutidos e negociados à exaustão nesse período estão longe de serem resolvidos. Pior: questões como a perda de biodiversidade e a crise climática pioraram de 1972 para 2022. Em grande parte, essa piora está intimamente ligada à nossa incapacidade e falta de vontade de agir em prol do bem comum.

“Ao relembrarmos a conferência de Estocolmo em seu 50o aniversário, precisamos que os líderes se lembrem o que ela demonstrou sobre o potencial da ação cooperativa mesmo em tempos conturbados”, escreveram Christiana Figueres, Yvo de Boer e Zammit Cutajar, todos ex-secretários-executivos da Convenção sobre Clima, em texto no Guardian. “Com a geopolítica congelada por divergências de superpotências e com nações sofrendo com COVID e conflitos, os povos do mundo precisam que seus líderes trabalhem juntos mais uma vez”.

 

ClimaInfo, 3 de junho de 2022.

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