A chegada de junho também representa o começo formal da temporada de tempestades tropicais no Atlântico central e norte. Curiosamente, a despeito das previsões sombrias para os próximos meses, a temporada de 2022 foi a primeira desde 2014 em que uma tempestade não se formou antes de 1o de junho. No entanto, para os meteorologistas, esta pode ser a “bonança antes da tempestade”.
A Associated Press destacou as expectativas pessimistas de cientistas e meteorologistas sobre o potencial das tempestades tropicais do Atlântico neste ano. Eles citam alguns fatores principais que podem complicar a situação nos próximos meses, entre eles: a ocorrência do La Niña no Pacífico, que torna mais provável a ocorrência de furacões no Atlântico; a mudança climática, que está tornando essas tempestades mais úmidas, com precipitações muito acima do normal; e a temperatura do oceano, que está mais quente nos últimos anos.
A primeira tempestade formal de 2022, aliás, pode se formar a partir dos restos do furacão Agatha, que surgiu no Pacífico e atingiu a costa sudoeste do México no começo da semana. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), há 80% de chances de aparecer nova tempestade na região do Golfo do México nos próximos dias, com risco potencial para uma área que vai desde a Península de Yucatán, no México, até o sul da Flórida, passando pela porção oeste da ilha de Cuba. Bloomberg e Reuters repercutiram.
Sobre o Agatha, a Reuters informou que o número de mortos pela passagem do furacão na região de Puerto Angel, no México, caiu de 11 para nove depois de uma revisão pelas autoridades locais. Outras quatro pessoas seguem desaparecidas. A tempestade atingiu a costa pacífica mexicana na 2a feira passada (30/5) com potência 2 e ventos de quase 170 km/h.
Em tempo: Lar de 18% da população mundial, a Índia representa apenas 3% das emissões históricas de gases de efeito estufa. Nada disso a livra, no entanto, de sofrer os piores impactos da mudança do clima, como experimentado nas últimas semanas com uma forte onda de calor. A vulnerabilidade acaba potencializada pela desigualdade, com as parcelas mais pobres e numerosas da população sujeitas à inclemência do clima. No NY Times, German Lopez assinala um paradoxo curioso que reflete a injustiça inerente à crise climática e a necessidade estrutural das nações pobres de ajuda por parte das nações ricas. “Como a Índia nunca se industrializou totalmente, não liberou tantos gases de efeito estufa quanto os EUA, as nações europeias e outros países ricos. Mas como não se industrializou, também tem menos recursos para se adaptar do que as nações mais ricas e poluidoras”.
ClimaInfo, 3 de junho de 2022.
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