It’s now or never: Centrão empareda governo por solução para alta dos combustíveis

Centrão preço combustíveis

Não, este não é o refrão da música de Elvis Presley, mas o apelo dos partidos do Centrão no Congresso Nacional para que o governo federal faça alguma coisa para conter o aumento dos preços dos combustíveis no Brasil. De acordo com Felipe Frazão no Estadão, os aliados fisiológicos do Palácio do Planalto dão como favas contadas uma derrota eleitoral do presidente em outubro caso o custo dos combustíveis não diminua para os consumidores brasileiros.

Para evitar o “pior” para eles (ou seja, perder a boquinha no governo federal), os partidos do Centrão defendem medidas mais imediatas e efetivas para baixar os preços, como a criação de um fundo de compensação para subsidiar os combustíveis e aliviar a pressão sobre os consumidores finais. Os aliados do governo no Congresso entendem que ações como o limite ao ICMS e a programas como o vale-diesel para caminhoneiros são insuficientes, já que a alta do dólar tende a corroer a redução obtida.

Sentindo cheiro de queimado no Congresso, o governo está dando o braço a torcer para uma das demandas dos governadores para aprovar a redução do ICMS sobre os combustíveis. Segundo a Folha, a ideia é compensar as perdas tributárias dos estados com recursos dos dividendos da Petrobras em cerca de R$ 20 bilhões. Proposta similar foi apresentada na semana passada pelos governadores ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Estadão e Valor também repercutiram a informação.

Ao mesmo tempo, o governo segue se movimentando em torno de uma proposta mais radical – a decretação de estado de calamidade pública. Essa medida emergencial permitiria ao Planalto injetar recursos além do teto de gastos da União para subsidiar os combustíveis e a oferta de apoio direto aos principais consumidores, como os caminhoneiros. O Valor apontou que a pressão está nas costas do ministro Paulo Guedes: o outrora “Posto Ipiranga” do presidente não estaria interessado na proposta, já que ela representaria um baque decisivo para as contas públicas.

 

ClimaInfo, 6 de junho de 2022.

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