Rio+30: o legado da conferência para o meio ambiente no Brasil

Rio+30
Luciana Whitaker - 3.jun.1992/Folhapress

Há 30 anos, o então presidente Fernando Collor abriu a sessão inaugural da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, batizada ECO-92 ou Rio-92, no Rio de Janeiro. O encontro marcou a revitalização do debate internacional sobre meio ambiente no Pós-Guerra Fria e reposicionou o Brasil como um ator importante nas negociações diplomáticas sobre o tema depois de décadas perdidas na “defensiva” durante o regime militar.

Na Folha, Andrea Vialli fez um balanço do legado da Rio-92 para o ambientalismo brasileiro. O evento foi crucial para que a agenda ambiental se colocasse como um tema de debate público no Brasil, com atuação importante de organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Temas como poluição do ar e da água, lixo e resíduos sólidos, proteção da diversidade biológica, combate ao desmatamento e ação contra a mudança do clima ganharam espaço no vocabulário das políticas públicas, o que também se refletiu em um destaque institucional maior para os setores governamentais que lidavam diretamente com o tema, como a transformação da antiga secretaria especial de meio ambiente no ministério do meio ambiente em 1993.

“Quando acaba a Guerra Fria, com a queda do Muro de Berlim, em 1989, a agenda mudou e dois novos grandes temas surgiram: a proteção do meio ambiente e os Direitos Humanos. De modo que o Brasil, de certa maneira, e o Rio de Janeiro, se beneficiaram dessa mudança de agenda”, explicou o embaixador Marcos Azambuja, então secretário-geral do Itamaraty à época da Rio-92, ao Jornal Nacional (TV Globo). “O mundo queria tratar de outros assuntos e estava um pouco desencantado com o desenvolvimento brutal, o desenvolvimento não sensível à natureza, ao meio ambiente”.

Ainda sobre a Rio-92, vale a pena assistir ao Globo Repórter da 6a feira (3/6). Para celebrar a data, a equipe visitou algumas das regiões mais vulneráveis do Brasil, como o rio Negro, o delta do Parnaíba e o Vale do Gurguéia, para mostrar como o avanço da crise climática, do desmatamento e da desertificação ameaçam a riqueza natural dessas áreas.

 

ClimaInfo, 6 de junho de 2022.

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