Notícia nova com cara de velha: mais um recorde de desmatamento na Amazônia

Amazônia desmatamento aumenta
Victor Moriyama / Amazônia em Chamas

O “Dia da Marmota” não tem fim na Amazônia brasileira: tivemos mais um recorde de desmatamento na Floresta Amazônica. De acordo com o sistema DETER/INPE, foram perdidos 899,64 km2 de vegetação no último mês, o 2º pior índice para maio da série histórica, atrás apenas de maio de 2021, quando 1.390 km2 de floresta foram derrubados. A despeito da redução de um ano para o outro, o patamar segue muito acima da média histórica e pode antecipar meses dramáticos pela frente, com o aumento característico do desmatamento na temporada seca da Amazônia.

Amazonas (298 km2) e Pará (272 km2) lideram entre os estados amazônicos com maior desmatamento no mês passado. Já os municípios com maior área devastada são Apuí (AM), Porto Velho (RO), Altamira (PA), Itaituba (PA) e Lábrea (AM).

O total de desmatamento registrado pelo DETER em 2022 até agora é assustador: 2.867 km2 de floresta foram perdidos nos cinco primeiros meses do ano, o maior valor total já registrado desde 2016, quando a série histórica começou. É o terceiro ano consecutivo com recordes de desmatamento entre janeiro e maio.

Ao mesmo tempo, as queimadas também cresceram na Amazônia no último mês: foram detectados 2.287 focos de calor, um aumento de 96% em relação a maio de 2021. Este é o pior número desde 2004. O dado preocupa, já que as queimadas ganharam intensidade antes do começo formal da temporada seca, que começa neste mês. Se os números de maio se transformarem em tendência, podemos experimentar mais um período de destruição por fogo particularmente intenso na Amazônia.

Folha, g1, O Globo e UOL, entre outros, repercutiram os números do desmatamento e das queimadas na Amazônia em maio. Greenpeace Brasil e WWF-Brasil também comentaram a notícia.

Em tempo: A Polícia Civil do Pará prendeu na última 5ª feira (9/6) o fazendeiro Geraldo Daniel de Oliveira, considerado um dos maiores desmatadores de terra na Amazônia. Ele foi detido em uma fazenda no município de São Félix do Xingu, localizada dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. De acordo com o Estadão, Oliveira soma cerca de R$ 40 milhões em multas do IBAMA por crimes ambientais.

 

ClimaInfo, 13 de junho de 2022.

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