Uma semana e a mesma pergunta: onde estão Bruno Pereira e Dom Phillips? 

Dom Phillips e Bruno Pereira
ilustração Cris Vector

Familiares e amigos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips seguem na expectativa por novas informações sobre o paradeiro deles uma semana após seu desaparecimento na região do Vale do Javari, no noroeste do Amazonas. No domingo retrasado (5/6), os dois viajavam de barco de uma comunidade no rio Itaquaí em direção ao município de Atalaia do Norte, mas jamais chegaram ao destino. Desde então, a despeito das buscas, ainda não se sabe o que aconteceu nem o paradeiro deles.

Neste domingo (12/6), uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros encontrou uma mochila com notebook e pertences em um igarapé. De acordo com os bombeiros, os objetos estavam amarrados numa árvore submersa na margem do rio Itaquaí. Além do equipamento eletrônico, foram encontrados documentos, chinelos e uma lona. A Polícia Federal confirmou que os objetos pertenciam à dupla. Correio Braziliense, Folha e g1, entre outros, repercutiram a descoberta.

Os objetos foram encontrados em uma área que tinha sido isolada pela PF no sábado (11/6), depois de um indígena identificar sinais de que uma embarcação grande teria adentrado na mata. Já uma equipe da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIJAVA) confirmou ter encontrado uma embarcação nas áreas de buscas. A suspeita é de que ela pertenceria ao único suspeito preso até agora pelas autoridades por envolvimento no caso – o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, vulgo “Pelado”. g1 e UOL deram mais informações.

Sobre o suspeito, a Agência Pública divulgou um documento da Polícia Civil do Amazonas no qual Oliveira acusou policiais militares de tortura. Segundo ele, os agentes o teriam espancado e utilizado uma sacola de plástico para asfixiá-lo para que ele confessasse o crime. A Folha também repercutiu a informação. “Pelado” foi preso na última 3ª feira (7/6), inicialmente por posse de munição restrita; no entanto, dois dias depois, a Justiça do Amazonas determinou sua prisão preventiva após a Polícia Federal encontrar manchas de sangue na embarcação do pescador. O material foi enviado para análise em Manaus e, até a noite de ontem, o resultado ainda era desconhecido.

A Folha ouviu o irmão de “Pelado”, Eliclei Oliveira, que reforçou as acusações de tortura contra os policiais militares e defendeu a inocência dele. “Não acredito que meu irmão tenha envolvimento em alguma coisa disso”, disse. Segundo ele, “Pelado” estaria escovando os dentes quando a embarcação com Pereira e Phillips saiu da comunidade São Rafael na manhã de 5 de junho, o que contraria a versão dada por testemunhas, que afirmaram terem visto o suspeito sair imediatamente atrás da dupla. 

O Fantástico (TV Globo) conversou com familiares de Pereira e Phillips e mostrou como as buscas estão sendo feitas no Vale do Javari. Na Folha, Vinicius Sassine refez o trajeto original da dupla no rio Itaquaí antes do desaparecimento.

 

ClimaInfo, 13 de junho de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.