Pré-sal aumenta exportação de petróleo, mas Brasil segue dependente de combustível importado

poços pré-sal

A exploração do pré-sal tornou o Brasil um dos grandes exportadores de petróleo do mundo, tal como prometido pelo governo brasileiro no começo da década passada. No entanto, a outra promessa dessa época, a de que esse petróleo geraria riquezas e desenvolvimento a estados e municípios, ainda está longe de ser uma realidade. Enquanto isso, o país vive um paradoxo: ele exporta grande quantidade de petróleo, mas importa um volume igualmente significativo de combustível refinado, o que deixa o mercado brasileiro bastante vulnerável aos humores internacionais.

Na Folha, Nicola Pamplona explicou parte desse paradoxo: enquanto a produção de petróleo disparou depois do pré-sal entrar em operação, com aumento de 53% entre 2010 e 2021, a produção de gasolina e diesel cresceu apenas 5,4% nesse período. Uma única refinaria nacional entrou em operação (parcial, vale lembrar) na última década – a de Abreu e Lima, em Pernambuco. Sem aumentar sua capacidade de refino, o Brasil segue importando cerca de 25% do diesel e 7% da gasolina que consome.

Os fatores que resultaram nesse cenário curioso são variados. Do ponto de vista interno, a última década foi marcada por um misto de desaquecimento econômico, instabilidade política e interferências governamentais diretas e indiretas no mercado de petróleo e gás, além dos reflexos das investigações da Operação Lava Jato na Petrobras. Já do ponto de vista externo, o mercado global atravessou um período de baixos preços e incerteza sobre investimentos futuros das petroleiras. A escalada recente dos preços deve favorecer novos investimentos no refino, mas isso não acontecerá da noite para o dia.

 

ClimaInfo, 14 de junho de 2022.

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