G7 anuncia “Clube do Clima” para padronizar políticas de mitigação

G7 Clube do Clima
Brendan Smialowski/Pool via REUTERS

Os líderes das sete maiores economias do mundo, o G7, anunciaram nesta 3a feira (28/6) a criação de um “Clube do Clima”, que terá como propósito discutir e aplicar regras e padrões comuns na definição e implementação de políticas públicas para redução das emissões de gases de efeito estufa. A ideia é facilitar a articulação de medidas para mitigação pelos países, como a “taxa de carbono” que vem sendo discutida pela União Europeia, sem resultar em “guerras comerciais” que possam comprometer a economia global e enfraquecer as políticas climáticas nacionais.

A proposta do “Clube do Clima” se basearia em três pilares: troca de experiências e práticas para impulsionar políticas climáticas mais ambiciosas; investimentos conjuntos para descarbonização, especialmente na indústria e no setor de energia; e parcerias e acordos de cooperação para facilitar a transição energética justa. De acordo com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, o “Clube” será aberto para todos os países signatários do Acordo de Paris, inclusive as economias que compõem atualmente o chamado G20, que reúne o G7 e as nações emergentes. Associated Press, Bloomberg, Reuters e Valor deram mais informações.

Entretanto, o balanço final da cúpula do G7 na questão climática é bem negativo. Além de não oferecer compromissos adicionais para redução das emissões de gases de efeito estufa e financiamento climático às nações em desenvolvimento e mais vulneráveis, os países do G7 recuaram em promessas anteriores, o que traz preocupação adicional para as conversas da ONU no final do ano na COP27, no Egito.

A declaração final do encontro do G7 na Alemanha abriu margem para que o financiamento a projetos de energia fóssil nos países em desenvolvimento seja mantido desde que os compromissos climáticos dos países financiadores não sejam desrespeitados. No ano passado, os países do G7 tinham concordado em acabar com esse tipo de financiamento. Agora, eles sinalizam que projetos de usinas termelétricas a carvão no mundo em desenvolvimento podem seguir recebendo recursos externos, amarrando essas nações pobres à energia suja enquanto o mundo precisa correr junto para as fontes renováveis. Outra casca de banana na qual o G7 escorregou foi a meta proposta para eletrificação da frota automobilística desses países: sob pressão do Japão, o grupo desistiu de prometer até 50% de novas vendas de elétricos até 2030. 

Bloomberg, Climate Home, Financial Times e Reuters destacaram os sinais negativos do G7 para a agenda climática global.

 

ClimaInfo, 29 de junho de 2022.

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