
Uma das principais preocupações de cientistas e participantes da Conferência da ONU sobre Oceanos, que acontece nesta semana em Lisboa, é a perspectiva de uma explosão da mineração em alto-mar. Muitos países, inclusive pequenas nações insulares, defendem a atividade como uma maneira para obter metais e minérios necessários para impulsionar a transição energética para as fontes renováveis nas próximas décadas.
No entanto, ambientalistas e especialistas alertam para os riscos ambientais da exploração mineral no fundo do mar, o que pode prejudicar não apenas a biodiversidade marinha, mas também o próprio esforço da humanidade para conter a crise climática.
“Mineração tem custos ambientais. Em terra, ao menos, podemos monitorar o que está acontecendo. Mas a milhares de metros de profundidade, quem estará olhando?”, questionou a oceanógrafa norte-americana Sylvia Earle, uma das maiores cientistas marinhas do mundo, citada por Daniela Chiaretti no Valor.
Dono de uma das maiores áreas marinhas do mundo, o Brasil também observa com atenção este debate: o país é um dos 20 atualmente com licença para pesquisar recursos minerais em águas internacionais.
Outra preocupação dos participantes do encontro em Portugal é a exploração excessiva dos recursos alimentares marinhos. Um levantamento apresentado pela FAO mostrou que a produção pesqueira global segue batendo recordes: em 2020, o mundo pescou 214 milhões de toneladas de peixes, outros animais marinhos e algas, o que supera o valor de US$ 400 bilhões. O crescimento está sendo impulsionado principalmente pela expansão da aquicultura, que produziu mais de 87 milhões de toneladas em 2020, 6% a mais do que em 2018. Já a produção pesqueira, responsável por 90,3 milhões de toneladas, caiu 4% na mesma comparação. O Globo e Reuters deram mais informações.
ClimaInfo, 30 de junho de 2022.
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