O Sistema Cantareira, maior reservatório hídrico da região metropolitana de São Paulo (SP), voltou a entrar em estado de alerta nesta 6a feira (1/7), registrando armazenamento de água inferior a 40% de sua capacidade.
Ainda que a Sabesp ressalte que a situação não preocupa, especialistas alertam que o cenário pode ficar ainda mais complicado nos próximos meses, já que as chuvas deverão se manter escassas até o final do ano, o que dificulta a recuperação dos níveis do reservatório.
Ouvido pelo g1, o pesquisador Pedro Luiz Côrtes, da Universidade de São Paulo, disse que a distribuição de água para os municípios da Grande SP já está sendo impactada pelo nível baixo da Cantareira. “No meu entendimento, o fato de a Sabesp ter ampliado, em 2021, o programa de redução noturna da pressão na rede de distribuição, dilatando o horário e aumentando o número de bairros atingidos, mostra uma reação ao nível preocupante do Cantareira. Já estamos vivenciando uma crise, porém diferente. A redução da pressão é uma forma de rodízio”.
O Cantareira abastece cerca de 7,2 milhões de pessoas na região metropolitana da capital paulista e esteve no centro da pior crise de abastecimento vivida pelo estado na última década – a escassez de 2014/2015. Desde então, o governo de SP tem ampliado a interconexão entre os diferentes sistemas de armazenamento de água, reduzindo assim a centralidade do Cantareira para o abastecimento em algumas áreas. A situação atual preocupa, já que o entorno do reservatório experimentou uma temporada chuvosa abaixo da média no começo do ano, com as chuvas 25% aquém do normal. Se essa tendência se mantiver, a expectativa é de que o Cantareira chegue em setembro com 26% de sua capacidade total, de acordo com o Cemaden. Agência Brasil, CNN Brasil e TV Cultura, entre outros, também destacaram a notícia.
ClimaInfo, 4 de julho de 2022.
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