Bancos ainda tropeçam na gestão de riscos climáticas, alerta UE

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REUTERS/Wolfgang Rattay

Uma análise do Banco Central Europeu mostrou que as instituições financeiras que atuam hoje no mercado bancário da União Europeia ainda estão menosprezando o risco associado à mudança do clima em suas decisões de financiamento e investimento. O “teste de estresse”, como é chamado, analisa a exposição do sistema financeiro da UE aos riscos climáticos e, assim, o grau de preparo dessas instituições aos efeitos da crise climática em seus negócios.

O resultado indica que cerca de 60% dos 104 bancos analisados ainda não possuem uma estrutura de teste de estresse de risco climático e que a maioria dessas instituições não inclui esse risco em seus modelos de risco de crédito. Apenas 20% dos bancos afirmaram considerar esse risco na concessão de empréstimos a seus clientes.

Por causa disso, o sistema financeiro e bancário europeu enfrenta um impacto potencial de 70 bilhões de euros devido ao aumento de desastres naturais e outras mudanças causadas pela crise climática. E o próprio BCE ressalta que as perdas potenciais podem ser ainda maiores, já que a análise não consegue compreender a amplitude dos impactos potenciais.

“Os bancos da Zona do Euro devem intensificar urgentemente seus esforços para medir e gerenciar o risco climático, eliminando as lacunas atuais de dados e adotando boas práticas que já estão presentes no setor”, defendeu Andrea Enria, presidente do conselho de supervisão do BCE.

Associated Press, Bloomberg, Financial Times, Reuters e Wall Street Journal destacaram a análise do Banco Central Europeu.

 

ClimaInfo, 12 de julho de 2022.

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