Recordes de alta temperatura na Europa reforçam importância da adaptação à mudança do clima

onda de calor Reino Unido
AP Photo/Matt Dunham

Os europeus estão sendo confrontados cada vez mais com a vida num mundo de extremos climáticos. A Europa Ocidental, região que sofreu no ano passado as piores tempestades e enchentes da história recente, é a mesma que hoje experimenta recordes sucessivos de temperatura alta.

A cada evento extremo, fica evidente que nem mesmo países tidos como ricos e desenvolvidos estão preparados para viver sob um clima mais radical.

Londres e Paris são os exemplos mais simbólicos desta vulnerabilidade. Capitais de elite, que figuram entre as cidades mais ricas e caras do planeta, ambas sofrem um calor típico do verão do Rio de Janeiro, com os termômetros na casa dos 40ºC. O problema é que, diferentemente da Cidade Maravilhosa, as duas cidades não foram construídas considerando a possibilidade de um clima tropical. Ao invés de áreas abertas e amplas, com circulação de ar, as construções são mais fechadas, o que as tornam verdadeiros fornos com as temperaturas extremas.

E a coisa pode piorar nos próximos anos, à medida que o planeta seguirá se aquecendo por conta da concentração crescente de gases de efeito estufa em sua atmosfera. “O clima de tendência negativa [extrema] persistirá até pelo menos 2060”, afirmou Petteri Tatalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (WMO), citado pela Bloomberg. “Essas ondas de calor estão se tornando mais frequentes por causa das mudanças climáticas”.

Os impactos do calor extremo não se resumem apenas aos incêndios florestais que tomaram partes de Espanha, França e Portugal nos últimos dias. Especialistas alertaram na Reuters que o calor noturno, no qual a temperatura mínima fica acima dos 25ºC, pode causar ou intensificar problemas de saúde. “O corpo está tentando baixar a temperatura e isso é estressante para o sistema cardiovascular e respiratório, o que mantém a frequência cardíaca alta”, explicou Dominic Roye, climatologista da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.

Associated Press, Guardian, NY Times, Reuters e Washington Post, entre outros, deram mais informações sobre o calor extremo na Europa. Já o g1 fez um panorama da situação e os fatores que podem explicar a intensidade desta onda de calor.

 

ClimaInfo, 20 de julho de 2022.

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