Área queimada na Europa em 2022 já supera total do ano passado

incêndios florestais Europa
AP Photo/Bob Edme

O verão nem começou direito na Europa, mas os sinais já preocupam. Além da forte onda de calor que assola boa parte do continente, os incêndios florestais voltaram com força nas últimas semanas. Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) apontam que a área incendiada desde janeiro até agora já supera a área total atingida pelo fogo no ano passado inteiro.

Em 2021, 470.359 hectares foram queimados. Já nos primeiros sete meses do ano (com julho ainda incompleto), o total queimado é de 517.881 hectares. Se as coisas seguirem nesse ritmo, 2022 pode repetir ou até mesmo superar o ano de 2017, que segue como o mais destrutivo até hoje na UE, quando mais de 988 mil hectares de floresta foram queimados. O Globo e RFI repercutiram esse dado.

A onda de calor começa a perder força na Europa Ocidental, mas meteorologistas apontam que ela está se movendo para o interior do continente, em direção à Polônia. Segundo a Reuters, a previsão de temperatura em algumas regiões do país já supera os 36ºC. Incêndios também começaram a ser registrados, principalmente no sul, perto da cidade de Brzesko. Já a Associated Press destacou o risco de incêndios na Eslovênia, especialmente a oeste, na fronteira com a Itália.

Na Espanha, que sofreu com fortes incêndios na última semana, o sentimento é de desolação. “Um incêndio é sempre aterrorizante porque mata tudo ao seu redor e a sensação é horrível”, lamentou o produtor de vinhos Jesus Soto, de Cebreros, à Reuters, “A fumaça, o cheiro… é uma sensação de destruição total”. 

Na mesma linha, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, disse ao Guardian que a destruição deixada pelos incêndios na Europa Ocidental “é muito, muito assustadora. Estamos matando espécies em um ritmo sem precedentes. E matar essas espécies tornará nossa sobrevivência menos provável”. Timmermans expressou que espera que os países europeus considerem essa destruição para priorizar a ação climática imediata. “Se conseguirmos colocar esse conceito na mente das pessoas de forma mais ampla, tenho certeza de que os políticos terão que reagir ao clamor das pessoas: ‘Bem, consertem isso antes de nos matar!’”.

 

ClimaInfo, 22 de julho de 2022.

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