Governo sinaliza adiamento de metas ambientais para baratear combustíveis

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REUTERS/Adriano Machado

A CNN Brasil deu mais informações sobre a decisão recente do comitê gestor do programa RenovaBio para adiar por um ano a comprovação das metas 2022 de descarbonização das distribuidoras de combustível. A medida foi vista como uma maneira para reduzir a cotação dos créditos de carbono relativos ao programa (CBios) e, assim, ajudar no barateamento do preço dos combustíveis no Brasil.

Pela decisão do colegiado, as distribuidoras terão até o final de 2023 para atingir as metas de CBios do ano-corrente de 2022. Essa sinalização foi suficiente para derrubar o preço desses créditos em mais de 50% na última semana, passando de pouco mais de R$ 200 para cerca de R$ 85.

No entanto, enquanto as distribuidoras gostaram da sinalização, representantes do setor de biocombustíveis, responsável pela emissão dos CBios, já afirmaram que devem buscar a derrubada da medida no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “A gente não vê sustentação legal, amparo legal”, reclamou Evandro Gussi, da UNICA. “Para nós, fica claro que o cumprimento dessas metas deve ser feito anualmente. E estamos falando de metas ambientais. Postergar isso não me parece adequado”.

Enquanto isso, o g1 destacou que a redução de 5% no preço da Petrobras para a gasolina, anunciada no começo da semana, reduziu a lacuna que existia entre as cotações internacionais do produto e o preço praticado no mercado doméstico. Antes do anúncio, o litro de gasolina estava sendo vendido no Brasil R$ 0,30 mais caro do que no exterior; agora, a diferença é de apenas um centavo. Já o diesel, que não teve seu preço reajustado pela Petrobras, segue cerca de R$ 0,13 mais caro para os consumidores brasileiros do que no mercado internacional.

Para fechar, o ministro da casa civil, Ciro Nogueira, afirmou que o governo federal pretende iniciar o pagamento do “vale-diesel” para os caminhoneiros em 05 de agosto. Pela medida, aprovada na semana passada pelo Congresso dentro da PEC Kamikaze, os caminhoneiros autônomos receberão R$ 1 mil mensais até dezembro para aliviar o impacto da alta do combustível. Em compensação, ainda não há prazo definido para os primeiros pagamentos aos taxistas, classe também beneficiada pela medida, já que não existe um cadastro nacional dos profissionais do setor. O Valor deu mais informações.

 

ClimaInfo, 22 de julho de 2022.

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