Negacionistas recorrem a falsidades para desmentir onda de calor na Europa

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Christopher Furlong/Getty

Nem mesmo a dura realidade da mais forte onda de calor registrada nos últimos anos na Europa Ocidental fez com que alguns negacionistas da crise climática engolissem a seco sua ignorância travestida de ceticismo. Para manter a ilusão negacionista, a turma está recorrendo a tudo o que for possível – e, naquilo que não for possível, inventável.

A RFI fez um compilado das principais artimanhas, que incluem distorções de mapas e de dados de temperatura, para acusar a imprensa e os meteorologistas de “catastrofismo” e de quererem “criar pânico” entre a população. Em alguns casos, os negacionistas argumentam que as temperaturas registradas nos últimos dias em boa parte da Europa seriam normais para o verão, fraudando registros de temperatura de anos anteriores para “normalizar” o calor atual.

Enquanto os negacionistas brigam com a realidade, milhões de pessoas sofrem com os efeitos do forte calor na Europa. A temperatura começa a baixar lentamente na parte ocidental do continente, com a onda de calor se movendo para a Europa central, informou o Estadão. No Reino Unido, o calor também está se enfraquecendo, mas as autoridades ainda contabilizam o impacto humano e econômico com as altas temperaturas: pelo menos 13 óbitos registrados nos últimos dias tiveram relação com o calor.

As mortes causadas pelo calor levantaram polêmica na Espanha – em especial, a morte de um trabalhador de 60 anos de idade, varredor de rua de Madri. José Antonio González desmaiou por conta de insolação e acabou morrendo no último sábado no hospital. Sua morte motivou uma discussão entre os espanhóis sobre a necessidade de adaptar não apenas a infraestrutura à mudança do clima, mas também os regimes de trabalho. Isso porque os trabalhadores mais expostos ao calor, como profissionais da construção civil e da limpeza urbana, em geral também estão estão entre os mais vulneráveis a problemas de saúde potencializados pelo calor.

“O aumento médio da temperatura global é de 1,1ºC, o que parece pouco. Mas uma elevação equilibrada. Isso significa que, em alguns lugares vai esfriar e, em outros, vai esquentar mais. Para uns, a situação será difícil; para outros, impossível”, comentou Marcio Astrini (Observatório do Clima) ao Estadão

CNN Brasil, Valor, NY Times, Wall Street Journal e Washington Post, entre outros, também repercutiram os impactos do calor intenso na Europa.

Em tempo: O clima extremo também tem sido a marca deste começo de verão na China. Em todo o país, diferentes áreas vêm experimentando situações de calor excessivo, com temperaturas acima dos 40ºC, enquanto outras sofrem com as fortes chuvas e inundações-relâmpago. Para piorar, os eventos aconteceram em meio a uma nova escalada dos casos de COVID-19, o que vem dificultando os esforços das autoridades de Pequim para aplicar sua rígida política de combate à pandemia. Bloomberg e CNN Brasil deram mais informações.

 

ClimaInfo, 21 de julho de 2022.

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