Clima extremo: um ano depois, ilha grega volta a sofrer com fortes incêndios

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AP Photo/Panagiotis Balaskas

A Grécia voltou a sofrer com fortes incêndios florestais na última semana. Turistas e moradores da ilha de Lesbos, no Mediterrâneo, foram retirados pelos bombeiros por conta do avanço das chamas sobre casas e hotéis. O cenário preocupa, principalmente pelo fato da ilha ter sofrido bastante também com os incêndios que acometeram o país no ano passado: cerca de 121 mil hectares de floresta foram queimados em 2021 na pior temporada de fogo em 30 anos.

O fogo também causou problemas em outras áreas da Grécia, inclusive nos arredores da capital, Atenas. O principal incêndio ocorre na Floresta Nacional de Dadia, perto da fronteira com a Turquia. De acordo com a Associated Press, pelo menos 320 bombeiros estavam atuando apenas nesse foco, em um esforço que também envolve seis aviões e nove helicópteros.

Os incêndios acontecem mesmo com as temperaturas dentro da média histórica neste verão; diferente de outras áreas da Europa, o sudeste do continente ainda não está sendo afetado pela forte de onda de calor que causou altas recordes de temperatura em países como Espanha, França, Portugal e Reino Unido. Reuters e RFI também repercutiram os incêndios.

Já no Reino Unido, o calor aliviou um pouco neste final de semana, depois de os termômetros superarem os 40ºC em diversas áreas, inclusive em Londres. O Guardian destacou a análise de um pesquisador sobre os pequenos incêndios registrados na última semana em território britânico. Segundo Guillermo Rein, do Imperial College London, a capital inglesa “bateu na trave” e escapou de sofrer o que poderia ser o pior incêndio desde 1666, quando a cidade queimou por quatro dias. Dessa vez, a sorte esteve nas correntes de vento, que foram mais fracas do que poderiam ser e não espalharam as fagulhas para outras áreas secas.

Enquanto isso, sobre a Espanha, o Guardian noticiou que uma empresa de reflorestamento assumiu responsabilidade por causar um dos incêndios que assolaram o país nas últimas semanas. A empresa Land Life confirmou que o fogo começou em um de seus projetos de reflorestamento na região de Ateca, na província de Aragão. O incêndio teria sido causado por uma faísca que escapou de uma escavadeira usada na preparação do solo para o plantio das árvores. O fogo consumiu cerca de 14 mil hectares. Nos últimos dias, a Espanha registrou focos de incêndio em uma área de mais de 80 mil hectares, totalizando cerca de 200 mil queimados em 2022.

 

ClimaInfo, 25 de julho de 2022.

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