Crise energética: Rússia corta parte de suprimento de gás natural para Europa

26 de julho de 2022
gás russo Nordstream 1
REUTERS/Fabian Bimmer

Menos de uma semana após restabelecer parcialmente o fornecimento de gás natural para os países europeus, a Rússia sinalizou nesta 2ª feira (25/7) que pretende voltar a reduzir o volume de combustível transportado pelo gasoduto Nord Stream 1. De acordo com a Gazprom, responsável pelo empreendimento, o fornecimento deve ficar reduzido para 20% da capacidade total nos próximos dias, enquanto novas “ações de manutenção” são feitas na estrutura. Esse é o mesmo argumento que justificou a interrupção total do fornecimento há cerca de 15 dias.

A Alemanha, uma das principais consumidoras do gás russo, refutou a justificativa, argumentando que não existiria “razão técnica para uma redução nas entregas”. As autoridades de Berlim e de outras capitais europeias acusam Moscou de usar o fornecimento de gás natural como instrumento de retaliação pelas sanções impostas pela União Europeia ao governo de Vladimir Putin por conta da invasão russa à Ucrânia. Axios, BBC, Bloomberg, Euronews, Financial Times, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post, entre outros, repercutiram a decisão russa.

Enquanto isso, governos de diversos países da UE manifestaram seu descontentamento com um plano apresentado pela Comissão Europeia na semana passada para reduzir o consumo de gás natural nos próximos meses. A proposta visa garantir a oferta de combustível para o inverno, mesmo com um eventual bloqueio dos gasodutos russos, a partir de um corte de 15% no consumo atual de gás. Líderes de países como Alemanha, França, Itália e Polônia afirmaram que essa redução pode intensificar problemas econômicos atuais, como o encarecimento da energia e o aumento da inflação. Representantes dos 27 países da UE estão reunidos em Bruxelas nesta semana para refinar a proposta, o que pode incluir a possibilidade de metas diferenciadas para cada economia, considerando seus estoques de combustível para o longo prazo. Bloomberg, Financial Times, Reuters e RFI deram mais informações.

Ainda sobre gás natural, a Bloomberg destacou o interesse do governo do Chipre em intensificar esforços para explorar um novo campo offshore de gás, visando atender o mercado europeu no futuro. Estima-se que o campo de Afrodite, como foi batizado, tenha até 125 bilhões de metros cúbicos de gás. As petroleiras Chevron, Shell e Newed Energy de Israel detêm os direitos de perfuração do campo, o que deve começar a acontecer em 2023; mas, de acordo com as empresas, a exploração plena de Afrodite acontecerá apenas a partir de 2027.

 

ClimaInfo, 26 de julho de 2022.

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