Agricultores europeus temem prejuízos com efeitos da onda de calor

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Piero Cruciatti/AFP/Getty

A forte onda de calor que atinge a Europa nos últimos dias deve causar um prejuízo significativo para os agricultores do continente, que já esperam uma queda acentuada da produção por conta dos efeitos da temperatura alta nas lavouras.

Segundo informou Fiona Harvey no Guardian, a União Europeia estima que as colheitas de milho, girassol e soja caiam até 9% em 2022, com uma queda menor, de 2%, na produção de cereais. O resultado deve intensificar o problema da inflação dos alimentos, que aflige o continente por consequência do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste, que paralisou a produção agrícola ucraniana.

Na Espanha, a AFP destacou o impacto dos incêndios florestais e do calor intenso no cultivo de azeitonas, utilizadas principalmente para a fabricação de azeite de oliva. O país é um dos principais produtores globais do produto, visto como “ouro verde” pelos agricultores espanhóis. As oliveiras até conseguem resistir ao clima mais seco e quente, mas a produção diminui para quase zero em cenários como o atual. A expectativa é de que a situação siga preocupante, já que a produtividade das oliveiras vem caindo ano após ano, principalmente pela escassez persistente de água na Península Ibérica.

O cenário é menos dramático, mas parecido, na Inglaterra. O país experimenta sua pior seca desde 1976, com os reservatórios de água chegando aos níveis mais baixos em mais de meio século. As autoridades inglesas já recomendaram aos consumidores uma redução no uso de água durante o verão para evitar problemas de abastecimento e afastar a possibilidade – remota até pouco tempo atrás – de um racionamento de água em uma das economias mais ricas do planeta. CNN Brasil, Guardian, Reuters e Washington Post abordaram a movimentação dos ingleses para driblar a falta de água.

 

ClimaInfo, 28 de julho de 2022.

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