O aperto dos europeus com as restrições impostas pela Rússia sobre o fornecimento de gás natural deve elevar o consumo global de carvão em 2022. Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), o consumo de carvão nos países da União Europeia deve aumentar 7% neste ano em relação a 2021. Com isso, a previsão é de que a demanda global por carvão cresça pelo menos 0,7% em 2022, com a queima de 8 bilhões de toneladas – um montante histórico que corresponderia ao recorde anual registrado em 2013.
O crescimento de 2022 poderia ser ainda maior se não fosse a desaceleração da demanda na China no 1o semestre do ano, por conta dos lockdowns impostos por Pequim no combate à COVID-19 em diversos centros econômicos importantes do país. Nos primeiros seis meses deste ano, a demanda carvoeira do mercado chinês diminuiu 3%, mas a expectativa é de que a queima de combustível aumente nos próximos meses, à medida em que a atividade econômica for reativada. Já na Índia, a demanda por carvão neste período aumentou 7%. Os dois países asiáticos consomem o dobro da quantidade de carvão do resto do mundo combinado, com os chineses respondendo por mais da metade da demanda mundial. A Bloomberg repercutiu esses dados.
Ainda sobre carvão, a Bloomberg destacou que as maiores mineradoras deste combustível nos EUA experimentam receitas crescentes por conta da alta dos preços. A Peabody Energy, maior produtora norte-americana de carvão, registrou um salto de 83% em suas vendas, para US$ 1,32 bilhão no 2o trimestre do ano. Já a Arch Resources, outra grande do setor, teve receita de US$ 1,13 bilhão no período, o dobro do total do ano anterior.
Já o NY Times abordou a ofensiva do governo da Virgínia Ocidental, nos EUA, contra bancos e fundos de investimentos que estão rejeitando aplicações em empresas do setor carvoeiro. No começo do ano, o estado norte-americano aprovou uma lei dando poderes ao secretário do tesouro para romper negócios com instituições que seguissem critérios restritivos à exploração e queima de carvão. A Virgínia Ocidental é considerada a “terra do carvão”, uma das principais áreas de produção do combustível fóssil nos EUA.
ClimaInfo, 29 de julho de 2022.
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