EUA: Biden consegue apoio no Congresso para pacote climático

28 de julho de 2022
Biden vitória climática
REUTERS/Elizabeth Frantz

Quando menos se esperava, Joe Biden conseguiu o que pode ser uma vitória histórica para a ação climática nos Estados Unidos. Depois de mais de um ano de negociação e muita novela, com vai-e-vem de propostas e negativas de aliados do próprio presidente no Congresso, os democratas chegaram a um acordo no Senado para aprovar um conjunto de medidas climáticas dentro de um pacote econômico. O principal obstáculo até aqui, o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, confirmou nesta 4ª feira (27/8) que pretende votar pela aprovação do texto.

Com o voto de Manchin, os democratas conseguirão arregimentar todos os 50 senadores do partido, metade do Senado norte-americano. Como a vice-presidente Kamala Harris é também presidente da Casa, a ela caberá o voto de minerva pela aprovação das medidas. Assim, sinaliza-se a aprovação do primeiro conjunto de ações contra a mudança climática pelo Congresso dos EUA de sua história – o que mostra como a politização do tema e o negacionismo dos republicanos atrasaram o avanço dessa agenda no país nas últimas décadas.

Pelo acordo, o Congresso deverá destinar quase US$ 370 bilhões para a expansão da geração renovável de energia nos EUA, inclusive com subsídios e financiamento para compra de painéis solares e equipamentos mais eficientes de refrigeração e calefação. Além disso, a proposta prevê outro subsídio para a compra de veículos elétricos ou movidos a célula de combustível, novo ou usado, de até US$ 7,5 mil, desde que fabricados nos EUA. Outros US$ 60 bilhões serão destinados a projetos de justiça ambiental e a um novo programa de redução de vazamentos de metano, um potente gás de efeito estufa, da perfuração de petróleo e gás. Por fim, a proposta estabelece incentivos fiscais para novos projetos de energia renovável, captura e armazenamento de carbono e de construção civil verde.

“Este projeto de lei pode ser o mais significativo de nossa história para enfrentar a crise climática e melhorar nossa segurança energética”, defendeu Biden, depois do anúncio do acordo. “E isso nos dará uma ferramenta para cumprir as metas climáticas estabelecidas [sob o Acordo de Paris], reduzindo as emissões e acelerando a energia limpa”.

Para chegar a esse acordo, Biden e seus aliados mais próximos tiveram que ceder em alguns pontos nas negociações com Manchin. Uma das propostas que acabou ficando fora do documento é a que estabelecia a cobrança de uma taxa sobre a indústria de petróleo e gás pelo excesso de emissão de metano. Além disso, uma moratória à abertura de novos projetos de exploração de petróleo e gás em terras públicas, que vinha sendo defendida por ativistas climáticos, também acabou na gaveta.

O anúncio teve grande repercussão na imprensa internacional, com destaques em veículos como Associated Press, BBC, Bloomberg, Climate Home, CNN, Financial Times, Guardian, NY Times, Reuters, Wall Street Journal, e Washington Post, entre outros.

 

ClimaInfo, 29 de julho de 2022.

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