Empresário investigado por garimpo ilegal pode ter relação com ataque a helicóptero do IBAMA

IBAMA ataques empresário
reprodução vídeo g1

A Polícia Federal segue investigando as conexões do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, com empresários de dentro e de fora do país. Na semana passada, apareceram indícios do envolvimento de Rodrigo Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, na tentativa de ataque a um helicóptero do IBAMA, em Boa Vista, em setembro de 2021. Mensagens coletadas no WhatsApp pelos investigadores mostram Mello e outros suspeitos discutindo a possibilidade de destruir a aeronave por conta do seu uso em ações de fiscalização contra o garimpo.

“Preciso saber se o ‘heli’ do IBAMA está na federal”, escreveu Mello em um grupo batizado de “O Outro Lado do Garimpo”, em 19 de setembro. Ele também escreveu: “Estamos com a equipe no interior agitando eles”. A PF também obteve mensagens de áudio trocadas pelos suspeitos em que eles combinavam uma emboscada para incendiar uma caminhonete do IBAMA. “Vamos fazer uma armadilha: botar bastante capote [tambores de combustível] seco numa pista lá como se estivesse operando e eles pousam. Na hora que pousar, a galera chega em cima, daquele jeito”, sugeriu um dos integrantes do grupo.

A suspeita da PF é de que essas pessoas estejam relacionadas também com um ataque à sede do IBAMA naquele mesmo mês, que resultou na destruição de uma viatura. Os ataques seriam uma represália à apreensão de seis helicópteros pertencentes a Mello que estavam sendo utilizados para apoio logístico dos garimpeiros na Terra Yanomami. g1 e Jornal Nacional (TV Globo) deram mais detalhes.

Ainda sobre o garimpo, um juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a soltura do empresário Márcio Macedo Sobrinho, vulgo “Barão do Ouro”. Ele foi detido no começo de julho depois de uma operação da PF contra sócios de um grupo empresarial que estaria favorecendo o garimpo ilegal em Terras Indígenas na Amazônia. O magistrado condicionou a liberação de Sobrinho à comprovação de local de residência e à assinatura de um termo de comparecimento a todos os atos da investigação ou do processo. Ele é um dos proprietários da empresa M.M.Gold, que teria movimentado cerca de R$ 16 bilhões em ouro ilegal nos últimos anos, com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão. Folha e Metrópoles repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 1º de agosto de 2022.

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