Clima extremo: Inglaterra registra julho mais seco desde 1935

clima extremo Reino Unido
REUTERS/Toby Melville

A agência meteorológica do Reino Unido, Met Office, confirmou nesta 2ª feira (1º/8) que o mês de julho foi o mais seco para a Inglaterra desde 1935. No geral, o Reino Unido registrou apenas 56% (46,3 mm) de precipitação média para o período, o que também coloca o mês como o mais seco em mais de duas décadas considerando todo o território britânico.

O cenário acumulado de 2022 é problemático: com exceção de fevereiro, todos os meses deste ano registraram chuvas abaixo da média histórica no Reino Unido. Em julho, a Inglaterra teve apenas 35% (23,1 mm) de sua precipitação média para o mês, com País de Gales (53%, 52 mm) e Irlanda do Norte (51%, 45,8 mm) com resultados ligeiramente melhores. Apenas a Escócia registrou nível de chuva superior a 80% (83,6 mm) no mês passado, mas, ainda assim, abaixo da média histórica. BBC, Bloomberg e Reuters repercutiram esses dados.

Julho também foi um mês quente para os britânicos. Pela primeira vez, as temperaturas superaram a marca dos 40ºC, com a ocorrência de focos de incêndio inclusive na capital, Londres. Como destacamos aqui, um estudo do grupo World Weather Attribution mostrou que a mudança climática tornou dez vezes mais provável eventos como a forte onda de calor que assolou o Reino Unido nas últimas semanas, com temperaturas até 4ºC superiores ao que seriam em um cenário sem aquecimento global.

Por falar em tempo seco, uma análise da Climate Central apontou que os EUA caminham para ter um verão tão quente como o do Oriente Médio ao final deste século. Cidades como Las Vegas, Houston e Tulsa poderão registrar temperaturas similares àquelas que hoje são experimentadas no Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Paquistão. “Os riscos reais estarão nas ondas de calor que agora são extremos ocasionais que começarão a durar mais”, disse Peter Girard, da Climate Central, ao Guardian. “Esse tipo de onda de calor se tornará normal e os perigos estarão muito mais presentes. Haverá pessoas que nunca precisaram de ar-condicionado que terão de tê-lo. Pode rapidamente passar de desconfortável a perigoso”. A VEJA também destacou essa notícia.

 

ClimaInfo, 2 de agosto de 2022.

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