Montanhas de lixo na Ásia viram “bomba de metano”

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Anindito Mukherjee/Bloomberg

Os problemas estruturais das maiores metrópoles asiáticas com tratamento e destinação de resíduos estão criando um desastre ambiental de magnitude global: montanhas de lixo a céu aberto emitindo toneladas e toneladas de metano, gás de efeito estufa com até 84 vezes o poder de aquecimento do dióxido de carbono. Se isso não for solucionado, os esforços globais para conter as mudanças climáticas podem se tornar inviáveis.

A Bloomberg trouxe um raio-X do impacto climático e ambiental dos aterros asiáticos. Imagens de satélite mostram que países como Índia, Bangladesh e Paquistão figuraram entre os maiores emissores de metano do planeta no 1o semestre de 2022, desbancando nações produtoras de combustíveis fósseis – que historicamente costumam ser as principais responsáveis pela liberação de metano na atmosfera.

No ano passado, mais da metade de todas as emissões de metano medidas globalmente em aterros sanitários pela empresa GHGSat foram localizadas no continente asiático, com a Índia representando quase um quarto do total global. “Ter aterros sanitários nas cidades não é exclusivo do sul da Ásia, mas o que é diferente são os sistemas de gerenciamento de gás de aterro sanitário”, assinalou Brody Wright, da GHGSat. “Se eles existem ou não, para começar, é provavelmente o fator principal”.

Por outro lado, os vazamentos de metano associados à exploração de petróleo e gás natural também continuam sendo um desafio particularmente problemático para a indústria fóssil. A Associated Press destacou dados de um levantamento da Carbon Mapper, uma parceria entre pesquisadores de universidades dos EUA e a NASA, que identificou 533 locais “superemissores” de metano na bacia do Permiano, uma das principais áreas de exploração de energia fóssil na América do Norte. Em alguns pontos, a emissão de metano é constante, sem controle – e, a depender do local onde se encontra, sem regulação governamental.

 

ClimaInfo, 2 de agosto de 2022.

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