Depois do calor, Europa sofre com seca e falta d’água

Europa seca
AP Photo/Peter Dejong

O inferno astral climático dos europeus neste verão segue impiedoso. Enquanto a forte onda de calor que atingiu boa parte do continente nas últimas semanas perde força, o problema agora está na falta de chuvas e nos níveis abismais dos reservatórios hídricos que abastecem algumas das principais metrópoles europeias.

O governo dos Países Baixos declarou ontem (3/8) situação de escassez hídrica. “A falta de água já está tendo um efeito negativo no transporte marítimo e na agricultura em particular”, disse o ministro da Infraestrutura e Gestão da Água, Mark Harbers, citado pela Associated Press. Ele pediu que as pessoas “pensassem cuidadosamente se deveriam lavar o carro ou encher completamente sua piscina inflável. A Holanda é um país de água, mas nossa água também é preciosa aqui”. A Reuters também deu a notícia.

Na França, o cenário é parecido. O rio Sena, símbolo de Paris, atingiu os mais baixos níveis de vazão em décadas, colocando a capital francesa e outras áreas ao norte do país em situação de vigilância de seca – o primeiro dos quatro níveis oficiais de estiagem do sistema francês. Por ora, as restrições são relativamente leves, sem medidas de contenção forçada do consumo, como racionamento.

Tal como na Inglaterra, o mês de julho foi o 2o mais seco desde 1958 na França, com média de precipitação de apenas 9,7 milímetros (atrás apenas de março de 1961, quando esse número foi de 7,8). Bloomberg e RFI repercutiram essa informação. Já a Associated Press destacou o impacto do tempo mais quente e seco na capital francesa.

A situação do rio Reno, no oeste da Alemanha, também preocupa. Em alguns pontos, o nível da água caiu perigosamente, o que pode forçar um fechamento do seu canal para o transporte fluvial. Em Kaub, um importante ponto de passagem para o embarque de commodities, a expectativa é de que a profundidade do rio chegue a assustadores 47 centímetros até o final desta semana. Isso o colocaria a apenas sete centímetros de ser praticamente intransitável.

“As remessas de carvão já estão restritas por baixos níveis de água porque menos navios estão disponíveis, e os que estão prontos para uso transportam menos carga”, disse o fornecedor de energia EnBW, citado pela Bloomberg. “Os custos de envio do carvão estão, portanto, aumentando, o que, por sua vez, inflaciona os custos de operação das usinas de carvão”. A Reuters também repercutiu a situação do Reno.

 

ClimaInfo, 4 de agosto de 2022.

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