Aquecimento esvazia Great Salt Lake, maior lago salgado das Américas

Great Salt Lake
USGS

A agradável Salt Lake City, em Utah, está testemunhando em tempo real o que pode ser um dos maiores desastres naturais atuais da América do Norte: a diminuição gradual, mas contínua, da extensão e da profundidade do Great Salt Lake, o maior lago salgado do continente americano. O Guardian publicou imagens de satélite da Agência Espacial Europeia que mostram a agonia do Grande Lago Salgado: em seu auge, nos anos 1980, ele cobria uma área de mais de 8,5 mil km2; no entanto, medições recentes mostram que quase metade dessa extensão se perdeu nas últimas três décadas.

Em julho passado, o lago registrou seu segundo pior índice histórico, quando sua superfície caiu para uma altitude de menos de 1,28 mil metros em relação ao nível do mar; o pior número histórico foi registrado em outubro, como destacou a Smithsonian Magazine. Ou seja, em menos de um ano, o Great Salt Lake testemunhou seus piores momentos do registro histórico.

Entre os motivos para o desaparecimento do Great Salt Lake estão o uso excessivo de sua água, além da seca histórica que atingiu o oeste dos Estados Unidos nos últimos anos. Ao mesmo tempo, a demanda pela água do lago aumentou à medida que a população de Utah cresceu: atualmente com cerca de 3,3 milhões de pessoas, projeta-se que a população aumentará 66% até 2060, tornando-se o estado que mais cresce nos EUA.

O esvaziamento do lago prejudica diretamente a sobrevivência de milhões de aves migratórias que passam ou se instalam na região regularmente e que aproveitam seu entorno único para se reproduzir. Outro problema é a liberação de substâncias tóxicas, como arsênico, pela poeira que sobe a partir do leito ressecado, o que pode causar problemas respiratórios à população que vive em seu entorno.

 

ClimaInfo, 5 de agosto de 2022.

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