Julho confirma desmatamento crítico da Amazônia durante atual governo

desmatamento Amazônia julho 2022.
Christian Braga / Greenpeace

Julho de 2022 foi o 6º mês com maior índice de alertas de desmatamento da Amazônia desde o começo do atual governo federal, segundo dados do sistema DETER-INPE. Foi registrada, no mês, a derrubada de 1.476 km2 de floresta – e o número deve ser ainda maior, já que ainda faltam os dados referentes aos últimos dois dias de julho.

Em julho de 2021, o total de alertas somou cerca de 1.495 km2, o que indica estabilidade nos altos níveis de destruição. Espera-se que o mês passado fique entre o 3º e 4º julhos com maior taxa de desmate da série histórica do DETER.

O agregado do desmatamento amazônico em 2022 preocupa. De janeiro a julho, o DETER identificou a derrubada de 5.462 km2, número 7,1% superior ao registrado no mesmo período em 2021. Já a somatória dos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, ficou em 8.579 km2, número ligeiramente inferior ao total registrado nos 12 meses anteriores (8.780 km2). Mesmo que essa redução se mantenha depois da complementação dos dados de julho, o desmatamento registrado nesse período será o 3º pior da série histórica. CartaCapital, O Globo e VEJA repercutiram esses dados. 

Enquanto isso, Rafael Garcia destacou n’O Globo as demandas de ambientalistas para um futuro governo federal – que não seja continuidade do atual – para retomada da proteção do meio ambiente no Brasil. Recuperar o tempo perdido e os danos sofridos nesses três anos e meio será bastante difícil, e este esforço passará fundamentalmente pela retomada da fiscalização e de instrumentos de comando-e-controle contra o desmatamento, bem como a revogação de decretos e normas executivas que travaram o sistema de multas ambientais e o trabalho das principais autarquias ambientais do Brasil, o IBAMA e o ICMBio.

Em tempo: A militância indígena no Brasil não acontece apenas nas aldeias, nas ruas e nos espaços públicos de manifestação, mas começa a tomar conta também das redes sociais, especialmente no diálogo com os mais jovens. No El País, Joan Royo Gual conversou com alguns influencers indígenas, como Txai Suruí, Samela Sateré Mawé, Tukumã Pataxó e Alice Pataxó, gente que ganhou destaque nos últimos tempos em redes como Instagram, Twitter e TikTok. Mais do que simplesmente expor preocupações e demandas das comunidades indígenas, os jovens indígenas estão usando o universo virtual para mostrar ao público costumes, tradições e a rotina da vida das diferentes comunidades e etnias.

 

ClimaInfo, 8 de agosto de 2022.

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