Mudança climática aumentou risco de contágio de mais da metade das doenças infecciosas, diz estudo

crise climática infeccões
DIDARUL ALAM CHY, MYSHOT

A intensificação de eventos climáticos extremos, como inundações, ondas de calor e seca, agravou a incidência de mais da metade das doenças infecciosas em todo o mundo. De acordo com um novo estudo, 218 das 375 doenças infecciosas humanas conhecidas tiveram sua incidência aumentada nos últimos anos por causa desses eventos.

Publicado na revista Nature Climate Change, o estudo mapeou mais de mil “roteiros” de contágio, associando maior frequência e intensidade dos eventos extremos com dados relativos a incidência de doenças infecciosas. A análise também considerou a relação entre a intensificação de eventos extremos com a incidência de doenças não-infecciosas: neste caso, pelo menos 223 das 286 doenças únicas elencadas apresentaram alguma piora associada ao clima extremo.

“Inundações, por exemplo, podem espalhar hepatite. O aumento das temperaturas pode aumentar a vida dos mosquitos portadores da malária. As secas podem trazer roedores infectados com hantavírus para as comunidades enquanto procuram comida”, escreveram Tristan McKenzie (Universidade de Gotemburgo, Alemanha), Camilo Mora e Hannah von Hammerstein (Universidade do Havaí, EUA), autores do estudo, no site The Conversation. “Com as mudanças climáticas influenciando mais de 1.000 vias de transmissão como essas e os riscos climáticos cada vez mais globais, concluímos que esperar que as sociedades se adaptem com sucesso a todas elas não é uma opção realista. O mundo precisa reduzir as emissões de gases de efeito estufa que estão impulsionando as mudanças climáticas para reduzir esses riscos”.

Associated Press e New Scientist também repercutiram os resultados do estudo.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.