Dados do Monitor da Floresta do PlenaMata mostram que a Amazônia brasileira perdeu mais de 300 milhões de árvores entre 1o de janeiro e 10 de agosto de 2022. Isso significa que, a cada dia, mais de 1,4 milhão de árvores foram derrubadas, 1.024 a cada minuto, 17 a cada segundo, em média. Os números dão concretude aos indicadores do desmatamento amazônico neste ano, depois da região sofrer seguidos recordes mensais de destruição.
A plataforma do PlenaMata utiliza os alertas diários de áreas desmatadas do sistema DETER/INPE e multiplica pela quantidade média de árvores para cada hectare de floresta na região amazônica; de acordo com cientistas, esse número é de 565 árvores por hectare. “Tudo isso para representar de forma mais concreta o significado da derrubada da floresta. Em vez de falarmos em áreas, abordamos em números de árvores, o que dá um pouco mais de noção do tamanho do desastre”, explicou Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, ao InfoAmazonia.
Entre os estados que mais perderam árvores em 2022 estão o Amazonas (95,8 milhões), Pará (89,5 milhões), Mato Grosso (59 milhões) e Rondônia (41,6 milhões). “A derrubada da floresta acaba sendo mais facilitada com a diminuição das chuvas e das queimadas. Outro fator que também contribui para a tendência de alta é a realização das eleições, quando, historicamente, as ações de fiscalização costumam diminuir”, ressaltou Bianca Santos, do Imazon.
Em tempo: O Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) tem como missão apoiar os esforços de desenvolvimento socioeconômico e combater a pobreza em todo o mundo. Nos últimos anos, essa missão se alinhou aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), aproximando o trabalho do PNUD com questões de ação climática e proteção do meio ambiente. O problema é que, em alguns casos, esse trabalho conta com “parceiros” duvidosos – empresas que têm a destruição ambiental no seu core business. O jornal The New York Times apontou um desses casos na Amazônia colombiana: o PNUD anunciou um pacote regional de cerca de R$ 10 milhões para ajudar comunidades do Povo Siona, hoje destituídas de energia, saneamento e oportunidades econômicas; no entanto, esses recursos estão associados a uma parceria da agência da ONU com a petroleira GeoPark, que possui contratos de exploração de petróleo nas proximidades da reserva siona. O Globo também publicou a reportagem.
ClimaInfo, 12 de agosto de 2022.
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