PF prende “Rainha do Sararé”, líder de garimpo ilegal em Terra Indígena no MT

Rainha do Sararé presa
Reprodução Redes Sociais

A Polícia Federal prendeu na 3ªfeira passada (9/8) a empresária Marlene Araújo, acusada de chefiar uma organização criminosa responsável por atividades de garimpo dentro da Terra Indígena Sararé, no sudoeste do Mato Grosso. Conhecida como “Rainha do Sararé”, Marlene tem uma empresa de terraplanagem em Jaru (RO) que, segundo a PF, é utilizada como fachada para a comercialização do ouro de origem ilegal. Outras três pessoas também foram detidas.

Na casa de Marlene, os policiais encontraram joias de ouro e pedras de diamante escondidas em papelotes. Os agentes da PF também apreenderam equipamentos e peças de motor inutilizados em outras operações antigarimpo, que possivelmente estariam sendo restauradas pela quadrilha. 

A empresa de fachada, MF – Horas Máquinas e Terraplanagem, oferecia serviço de aluguel de pás-carregadeira e outros equipamentos pesados para construção e obra. Porém, uma das máquinas apreendidas é uma pá-carregadeira que foi confiscada pela PF em uma operação anterior na Terra Sararé; em março passado, os advogados de Marlene obtiveram liminar determinando a devolução do equipamento à empresa. g1, Metrópoles e O Globo repercutiram a notícia.

Por falar em garimpo, a Folha destacou a proposta das deputadas federais Joênia Wapichana (RR) e Vivi Reis (PA) para acabar com uma das lacunas mais graves na fiscalização do comércio de ouro no Brasil: a “declaração de boa-fé”, um instrumento utilizado por garimpeiros e outros agentes ilegais para “legalizar”, na base da palavra, a origem do produto comercializado. “As pessoas muitas vezes compram uma aliança de casamento e não fazem a menor ideia que ali tem ouro de desmatamento e de invasão”, observou Joênia. “Nesse projeto, não estamos falando especificamente de garimpo em Terra Indígena. Mas tratando de coibir o ouro ilegal, que foi extraído de forma irregular, seja onde for”.

Recentemente, refinarias de ouro da Suíça prometeram parar de importar ouro ilegal extraído de Terras Indígenas no Brasil. A Suíça é um dos principais compradores de ouro do mundo: no ano passado, o país europeu importou mais de 24 toneladas de ouro – e pelo menos um quinto dele pode ter saído de áreas indígenas na Amazônia brasileira. O Mongabay deu a notícia. Enquanto isso, o Canadá, o maior importador do ouro amazônico do Brasil, segue ignorando a questão, mesmo com demandas crescentes de ambientalistas e defensores dos direitos indígenas.

 

ClimaInfo, 12 de agosto de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.