Governo autoriza pista de pouso investigada por garimpo ilegal

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Reprodução/Google Earth

Uma pista de pouso utilizada por garimpeiros na região de Itaituba (PA) evidenciou as lacunas da fiscalização de órgãos reguladores da aviação brasileira na região amazônica.

Tácio Loran revelou no Metrópoles que o comando da Aeronáutica deu aval para o funcionamento de uma pista nas proximidades do garimpo Água Branca, uma das áreas ilegalmente exploradas pela mineradora Gana Gold, atual M.M.Gold, mesmo depois de uma ação da Polícia Federal contra a exploração mineral irregular no ano passado. Além da FAB, a pista também foi regularizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) no cadastro de aeródromos, com validade de 10 anos. O UOL também repercutiu a informação.

No mês passado, a PF realizou outra operação com foco nas atividades da M.M.Gold. De acordo com os investigadores, o grupo empresarial liderado pelo “barão do ouro” Márcio Macedo Sobrinho movimentou cerca de R$ 16 bilhões em ouro ilegal nos últimos anos, com lucro líquido de R$ 1 bilhão. O esquema criminoso “esquentava” o ouro extraído em Terras Indígenas e outras áreas protegidas, inclusive por meio de um criptoativo (token) para lavar o dinheiro. 

Por falar em aviões e garimpo, Sonia Bridi e Paulo Zero registraram no Fantástico (TV Globo) a ação recente da Polícia Federal para desbaratar a infraestrutura logística e de transporte que abastece o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Um levantamento do IBAMA identificou pelo menos 277 pistas clandestinas dentro ou nos arredores da reserva, sendo que nove estão a menos de 40 km de um dos três pelotões especiais do Exército nessa área.

Em tempo: Na Folha, Vinicius Sassine informou que uma testemunha relatou o envolvimento de Ruben Dario da Silva Villar, preso pela PF por suspeita de ser o mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips em junho passado, com a morte de um servidor da FUNAI na mesma região do Vale do Javari em 2019. Maxciel Pereira dos Santos, que era colega de Bruno na Fundação, foi assassinado em setembro daquele ano em Tabatinga. De acordo com a testemunha, Maxciel foi morto porque as apreensões de peixes pescados ilegalmente dentro da Terra Indígena estariam prejudicando os negócios de Villar, também conhecido como “Colômbia”.

 

ClimaInfo, 16 de agosto de 2022.

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