Oito em cada dez brasileiros defendem prioridade para Amazônia no próximo governo

desmatamento Amazônia opinião pública
Alberto César Araújo/Amazônia Real

A intensificação do desmatamento e o avanço do crime organizado sobre a floresta colocaram a Amazônia no tabuleiro político das eleições presidenciais de outubro. Uma pesquisa do PoderData, encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), mostrou que 81% dos eleitores acham que a proteção da floresta amazônica deve ser uma prioridade para os candidatos à Presidência, número cinco pontos percentuais superior ao registrado em pesquisa anterior, de junho (76%).

De lá pra cá, além do aumento do desmatamento, os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips deixaram em evidência a situação de insegurança na Amazônia brasileira. Em relação ao crime organizado, 65% dos entrevistados afirmaram que o governo federal não está trabalhando para conter crimes como grilagem, tráfico de drogas e exploração ilegal de madeira na Amazônia, contra 17% que acreditam na ação das autoridades federais contra as ilegalidades. Entre os crimes, os entrevistados elencaram o tráfico de drogas como o que mais prejudica a floresta e sua população (39%), seguido pela grilagem (17%) e o garimpo (13%).

O balanço do trabalho do governo federal na proteção da floresta segue negativo entre os eleitores. Quase a metade deles (49%) assinalou que o desempenho do governo é ruim/péssimo (+1% em relação a junho), enquanto 23% avaliaram-no como regular (+1%) e 15% como ótimo/bom (-4%).

“Qualquer projeto de desenvolvimento para a Amazônia deve considerar a necessidade de se recuperar os territórios das mãos das facções e milícias, prevenir a violência e enfrentar o crime, o que, para a população, não está sendo feito pelo governo. Assim, não há investimento socioambiental que dê conta”, afirmou Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, citado pelo Projeto Colabora.

Diário do Pará, Estado de Minas, Nexo Jornal e O Dia também repercutiram os resultados da pesquisa.

 

ClimaInfo, 15 de agosto de 2022.

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