O Washington Post fez uma análise interativa, a partir de dados da First Street Foundation, para avaliar a incidência potencial de ondas de calor nos Estados Unidos nas próximas três décadas, no contexto da crise climática. Segundo o levantamento, uma grande porção continental do país, concentrada principalmente em sua região central, pode conviver com temperaturas superiores a 38ºC por semanas, afetando quase ⅔ da população norte-americana – cerca de 100 milhões de pessoas.
Atualmente, 46% dos norte-americanos experimentam pelo menos três dias consecutivos de calor superior a 38ºC, em média, a cada ano. Em meados deste século, esse número pode chegar a 63%. No sul do país, especialmente em partes do Texas e da Flórida, as pessoas poderão enfrentar mais de 70 dias consecutivos por ano com temperaturas máximas acima desse patamar.
Muitas das áreas que poderão sofrer mais com o calor intenso até 2050 são as mesmas que experimentaram nos últimos anos um aumento populacional, com a chegada de novos residentes de outras partes dos EUA e de imigrantes estrangeiros. “Estamos falando em pegar o verão, que já é quente, e expandi-lo por meses”, disse o diretor do programa Houston Healthy Cities para a Nature Conservancy no Texas, Jaime González. “Isso vai causar todo tipo de interrupção na vida cotidiana.”
AFP, CNN Brasil e Guardian, entre outros, repercutiram o estudo.
Em tempo: O Departamento do Interior dos EUA anunciou nesta 3ª feira (16/8) medidas adicionais para reduzir o consumo de água na bacia do rio Colorado, no sudoeste do país. As autoridades federais decretaram escassez de nível 2, o que implicará em um corte no volume de água que Arizona, Nevada e Novo México poderão utilizar do rio a partir de 1º de janeiro. Outros estados, como a Califórnia, também poderão enfrentar restrições adicionais. A região enfrenta uma de suas piores secas da história recente, que derrubou o nível nos dois maiores reservatórios de água dos EUA, os lados Mead e Powell. A notícia foi destacada por Associated Press, Bloomberg, Guardian e Reuters.
ClimaInfo, 17 de agosto de 2022.
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