Eleições: candidatos acumulam R$ 84 milhões em multas ambientais

19 de agosto de 2022

Um levantamento da Agência Pública identificou que pelo menos 251 candidatos a cargos executivos e legislativos nas eleições deste ano possuem pendências judiciais relativas a infrações ambientais cometidas nos últimos 30 anos. Ao todo, as multas cobradas sobre esses nomes passam dos R$ 84 milhões. Nessa lista, estão governadores candidatos à reeleição, parlamentares do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas, empresários, garimpeiros e outras pessoas associadas, direta ou indiretamente, com ilegalidades ambientais.

O candidato Clésio Carvalho, que disputa uma vaga na Câmara pelo Mato Grosso, encabeça essa lista, com mais de R$ 15 milhões em multas relativas a uma ação que combateu o desmatamento ilegal de mais de 13 mil hectares da Terra Indígena Menkragnoti, entre 2012 e 2015. Destacam-se na lista outros nomes, como os do presidente licenciado da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, que concorre a uma vaga no Senado pelo Mato Grosso (multado em R$ 1,56 milhão), e o do empresário Rodrigo Martins de Mello, vulgo Rodrigo Cataratas, investigado por envolvimento com garimpo ilegal na Terra Yanomami (multas de R$ 1,95 milhão) e candidato a deputado federal por Roraima.

Já entre os candidatos à Câmara dos Deputados, o Ruralômetro da Repórter Brasil identificou ao menos 16 parlamentares que tentam a reeleição em outubro e que possuem multas ambientais do IBAMA. Destes 16 nomes, 13 tiveram atuação legislativa desfavorável à agenda socioambiental na atual legislatura – ou seja, eles apresentaram projetos ou votaram medidas que são negativas ao meio ambiente e aos povos do campo. No topo da lista, estão os deputados Gutemberg Reis (RJ), que acumula R$ 800 mil em autuações, e Luciano Bivar (PE), multado em 100 mil reais. Ao todo, essa relação soma mais de R$ 1 milhão em multas ambientais.

Em tempo: No Climate Home, Sebastian Rodriguez destacou o peso das questões de meio ambiente e clima na disputa pela Presidência da República no Brasil. À frente nas pesquisas, o ex-presidente Lula sinaliza uma priorização do combate ao desmatamento na Amazônia, mas tem uma postura mais ambígua quando o assunto é petróleo. Já o presidente Jair Bolsonaro esboça uma preocupação pontual com o desmatamento (a despeito de ter presidido os piores índices de destruição florestal no Brasil em mais de uma década), ao mesmo tempo em que é mais explícito em sua defesa do aumento da produção de combustíveis fósseis nos próximos quatro anos.

 

ClimaInfo, 19 de agosto de 2022.

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