Canais bolsonaristas no Telegram espalharam desinformação sobre mortes de Bruno e Dom

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Reprodução / A Pública

O esgoto das fake news de extrema-direita funcionou intensamente nas semanas que se seguiram ao desaparecimento e, depois, assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari. Enquanto investigadores e amigos e familiares da dupla ainda buscavam por informações sobre o paradeiro e o destino deles, mentirosos profissionais já estavam em grupos na rede Telegram espalhando mentiras e desinformação sobre o caso. Nem mesmo a confirmação da morte e a prisão dos primeiros suspeitos impediram esses farsantes de promover suas mentiras.

Na Agência Pública, Bruno Fonseca destrinchou a rede de desinformação que alimentou grupos alinhados com o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, na promoção dessas farsas. Para minimizar a responsabilidade do governo federal sobre o domínio do crime organizado no interior da Amazônia, militantes bolsonaristas apelaram para todos os absurdos possíveis, como uma possível relação de Bruno e Dom com o tráfico de drogas ou que o crime teria sido cometido por indígenas. No fundo dessa ladainha, a preocupação central dos mentirosos era afastar qualquer culpa do governo e do presidente pela criminalidade na Amazônia, além de reforçar uma hipotética “conspiração internacional” para tirar a soberania brasileira da Amazônia.

Enquanto os partidários do presidente vomitam besteira nas redes sociais, amigos e aliados de Bruno Pereira querem manter vivo seu legado em defesa dos Povos Indígenas na Amazônia. Daniel Camargos escreveu na Repórter Brasil sobre um intercâmbio entre indígenas da Terra Araribóia, no Maranhão, e do Vale do Javari para trocar experiências e expertise sobre proteção de seu território contra invasores. Esse encontro vinha sendo costurado pelo próprio Bruno antes de morrer. Neste mês, um grupo do Javari visitou o território dos Guajajara para aprender com os Guardiões da Floresta como defender suas terras. “Quando uma árvore tomba, muitas sementes caem no chão e brotam novamente”, disseram os indígenas do Javari.

 

ClimaInfo, 26 de agosto de 2022.

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