Petição pede inclusão do Pantanal na lista de patrimônios mundiais da UNESCO em perigo

UNESCO petição Pantanal
Iberê Perissé/Projeto Solos

Uma petição internacional está requisitando ao Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO que inclua o Pantanal na lista de patrimônios mundiais “em perigo”, em virtude da intensificação das queimadas e as secas sucessivas que diminuíram a vazão e o nível de seus rios e áreas alagadas. A UNESCO designou o Pantanal como Patrimônio da Humanidade em 2000, em reconhecimento à notável biodiversidade da área.

O pedido foi protocolado pela organização Center for Biological Diversity, especializada na proteção de espécies ameaçadas de extinção. Uma eventual inclusão do Pantanal na lista de patrimônios mundiais em perigo pode colocar mais pressão internacional sobre o Brasil: isso porque, em uma situação como essa, o governo poderia sofrer cobranças diplomáticas intensas pela solução do problema.

“A ação da UNESCO é crucial porque o governo brasileiro não fez o suficiente para impedir que novos incêndios destruíssem a incrível biodiversidade do Pantanal”, afirmou o cientista mexicano Alejandro Olivera, autor da petição. “As políticas do presidente Bolsonaro promovem o desmatamento no Pantanal para agricultura e pecuária, e ele está enfraquecendo as agências de fiscalização e monitoramento ambiental no Brasil. Isso compromete a capacidade do governo de prevenir e combater incêndios, colocando todo o ecossistema em risco”. ((o)) eco repercutiu a ação.

Por falar no Pantanal, os novos dados do MapBiomas mostram como o bioma vem sofrendo com estiagens mais frequentes, o que diminuiu significativamente sua área alagada. Mas não é apenas a seca que modifica a paisagem: o avanço da agropecuária também é um fator decisivo. Em 1985, o Pantanal registrava 662,8 mil hectares ocupados pela agropecuária, o que correspondia a 4% da área total; em 2021, esse número passou para 2,55 milhões, um salto de 285% em pouco mais de 30 anos, chegando a 16% de todo o Pantanal. ((o)) eco também destacou os números.

Em tempo: Finalmente foi publicada no Diário Oficial do Mato Grosso a lei que proíbe a construção de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas no rio Cuiabá. A lei tinha sido aprovada em maio, mas o governador Mauro Mendes a vetou integralmente em julho. Na semana passada, os deputados estaduais derrubaram o veto e reafirmaram a proibição de novas usinas hidrelétricas no rio, um dos principais da bacia pantaneira. O g1 deu a notícia.

 

ClimaInfo, 1º de setembro de 2022.

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